quarta-feira, 22 de abril de 2015

Maior idade penal. A vitima vira verdugo. Certo ou errado?

                                       




A cada novo crime hediondo, as redes sociais lotam de scraps como acima, conclamando a sociedade para uma reação, visando a diminuição da maioridade penal, para que assim se possa punir legitimamente seus autores.
Clamam até pela pena de morte, e convidam os usuários a compartilhar suas ideias encharcadas de ódio.,, revolta, incoformação e medo.
Qualquer pessoa de Bem e menos atenta, compartilha sem refleção mais cuidadosa, pois seu lado bom, não lhe permite compactuar com o contrário. 

Então sem titubear compartilham.
Porém, há que se parar e refletir profundamente sobre o que está acontecendo a nossa volta.

Com os nossos jovens, com nossas crianças, e com os nossos adolescente.
Ao mesmo tempo, existe um clamor público suplicando a melhoria da educação, e a valorização dos professores.
Isso me leva a recordar uma reportagem da CBN, com o escritor e educador (  Arnaldo Jabor   ), onde ele comenta que as nossas escolas hoje formam bandidos mirins, e brinca com a expressão    
'Grade Escolar', fazendo uma analogia com o significado da palavra grade, e a falta de liberdade existente no mundo educuacional quanto a questçao da liberdade para o aprendisado nas escolas.
"Quando se coloca um projeto educativo numa grade, está-se segundo ele, limitanto a capacidade de pensar e desenvolver a inteligencia do educando. Já que educação é infinita, há que se abrir horizontes para tal, e não limitá-los numa grade.
Ao se formar um indivíduo, visando a formação de um cidadão, necessário se faz pensar com maior amplitude, porque, o que vemos hoje, são crianças e jovens desmotivados, com os programas educacionais, que não os envolvem, de tão desinteressantes que são. O mundo inteiro mudou; nossas crianças hoje, já nascem requisitando mudanças. Porém o que recebem são programas ultrapassados, fornecidos por educadores deseducados, despreparados, desmotivados,desencantados, enfermos, sofrendo síndromes do pânico, estressados, amedrontados, infelizes.
Como esperar positividades , bons resultados,do trabalho desses coitados?
 Do outro lado dos muros escolares, encontramos os policiais, na mesma situação. Ou seja: Homens e mulheres, que por mais vocação que tenham alimentado suas decisões profissionais, estão em igualdade de condições humanas e psicológicas da dos professores. E o terceiro grupo dessa questão, estão os pais e avós. Famílias, mal estruturadas, mal orientadas, mal capacitadas para orientar seus filhos, e mal assistidas pelos serviços sociais existentes, que também é 'coxo', porque mal formados, mal preparados, mal estruturados, mal assistidos. O idealismo, que entendo, como a veia propulsora dos bons profissionais, foram desmerecidas, e deixadas de lado. de cada trinta alunos formados , um está ali pelo ideal; o restante, por outras opções, que em nada beneficiará o estudante quando formado no cumprimento ético e moral da profissão que escolheu. E se não há amor pelo que se faz, certamente não teremos bons resultados, pois é o amor que mover o homem para os ideais no Bem. E como se isso não bastasse, há as burocracias acéfalas que ditam normas conflitantes, que no final apenas servem para emperrar a máquina e consumir os recursos financeiros destinados à educação, porém sem beneficiar uma só criatura; Isso sem entrar no mérito da corrupção política.

Com tudo isso, fica difícil compartilhar qualquer aclamação pública que evidencie coisas como Pena de Morte, e Maioridade Penal, sem antes propor um pouco mais de reflexão a respeito; mesmo porque, somos todos resposáveis por todos os resultados sociais. Inclusive os crimes.
Condenar a morte, diminuir a idade criminal, é apenas esconder debaixo do tapete, uma série enorme de erros do passado de uma sociedade, que ainda não consegue se enxergar no outro. É tapar os olhos e ignorar, o valor do sulfrágio público (voto), o significado de DEMOCRACIA, e sobretudo, ignorar o valor da voz pública. Se vamos nos levantar, para corrigir, há que se fazer a coisa direito, e não maquiar, a custa de mais sangue, e geralmente do pobre e do negro.
Sangue que manchará nossas próprias mãos, pois que cada um passará a ser o verdugo, o juiz e carrasco que acionará a guilhotina, ceifando vidas a título de justiça. Eu não quero essa justiça!
É um grande engano, achar que acabando com a vida de um criminoso, por pior que seja, estaremos eliminando um problema. Pelo contrário, cada crime cometido por ele, recairá sobre nossos ombros, porque nos tornaremos exatamente iguais a ele, se não piores, visto  termos como 'movel', um falso conceito de justiça. Isso sem falar nas falhas humanas, que pode nos levar a suprimir a vida de inocentes. E quantos, a história não tem registrado?

Somos responsáveis pelos que educamos ou punimos.
Pena de morte nos tornariam idênticos aos réus, nos tornariam verdugos, e carrascos tão hediondos quantos nossas 'vítimas', além de nos tornar criminosos perante a Lei Divina.
PENA DE MORTE NÃO!
Mas que a lei deveria ser revista com muita seriedade não resta dúvida.
Para isso há que rever nossa educação.
Ninguém desconhece a frase : Educa o menino e corrigirá o homem de amanhã.
Esses adolescentes por mais ignorantes que sejam, sabem muito bem a diferença entre o certo e o errado. O bem e o mal. Então cabe as autoridades constituídas tomarem decisões que de fato possam fazer algum sentido. Porque pelos exemplos que estamos vendo até agora. Não temos como alimentar esperança. Vivemos numa democracia manca, onde o Código Civil, caducou, adquiriu Alzaimmer, Escleroses múltiplas, Demência, e agoniza intermitente. Está a décadas na U.T.I., aguardando Eutanásia.
Aí vem o Código dos Direitos da Criança e adolescente, que maroto inverteu os polos da coisa, engana o tempo todo através dos Direitos Humanos, que é parcial e deficientemente aplicado.
 Por tudo isso, não posso compartilhar. Para termos mudanças há que começar pela causa e não pelas consequências. Essa turminha dos horrores que anda vitimizando cidadãos 'inocentes', é o resultado de mais de um séculos de maus senadores, deputados , governos e juizes corruptos e corruptores. Que só chegaram no poder visando bens pessoais e usando a pobresa como matéria que mobiliza votos. E por um fenomeno interessante, eles detestam os pobres.
Pra que nosso país se torne  realmente juridicamente sério , respeitado e respeitoso, há que se aprender que uma lei, é feita para todos indiscriminadamente, ricos e pobres, e maus, letrados ou iletrados, civis e militares, cidadão comum ou políticos, e esses seriam os primeiros a entenderem a isso fazer valer a LEI. Quando chegarmos nesse patamar, tenho a certeza de que o mundo será um lugar bem melhor para se viver e criar filhos.
E apelos como esses não serão necessários mais.

Utopia?
Não.
Esperança e confiança de que o BEM prevalecerá, não importa quanto tempo leve para isso.
O ser Humano desceu à terra para evoluir, e acima dos governos humanos falhos, míopes, e coxos, governa a Divina Lei do Amor Infinito.


Eunice Terra
30-04-1913

terça-feira, 21 de abril de 2015

CARTA ABERTA AO SR. AÉCIO SILVÉRIO NEVES, SENADOR DA REPÚBLICA



CARTA ABERTA AO SR. AÉCIO SILVÉRIO NEVES,
SENADOR DA REPÚBLICA*


Exmo. Sr. Aécio Neves
Hoje comemoramos o Dia da Inconfidência Mineira, por extensão, o dia de Tiradentes e, estendendo mais, o dia da traição, a de Joaquim Silvério dos Reis.
Dia de também lembrarmos do falecimento do seu avô, Dr. Tancredo Neves, completando trinta anos hoje.
Nascido de família rica, latifundiária, bem situada na política brasileira, graças ao seu avô e ao seu próprio pai, o Sr. deveria ter tido a preocupação de se preparar para herdar o patrimônio físico e político da família mas, ao invés, a custa de gorda mesada da família, veio para o Rio de Janeiro, surfar e aprontar arruaças, como os boletins policiais da época atestam, envolvido com drogas, badernas, brigas.
Na capital política e cultural do país, em nenhum momento o seu nome apareceu ligado a qualquer movimento consequente, seja na música, na literatura ou na política, em período de resistência à tirania, onde parcela dos jovens da sua faixa etária resistiram.
Como se vê, a sua juventude foi inútil, a de um inútil, com a trajetória da inutilidade interrompida por uma fatalidade, a morte do seu avô, primeiro degrau do seu oportunismo político.
Seu avô, típico conservador mineiro, tinha um atributo precioso, do qual Vossa Excelência é a negação: era patriota, nacionalista, brasileiro.
Seu avô foi Ministro da Justiça de Getúlio Vargas e com ele construiu a Petrobras, que Vossa Excelência quer destruir. Junto com Getúlio construiu a Companhia Vale do Rio Doce, que o seu partido, com o seu apoio, vendeu a preço vil.
Quando as forças do capital, as mesmas de hoje, conservadoras, internacionalistas, de viés fascista, se levantaram contra o nacionalismo de Getúlio, seu avô foi um dos mais fiéis defensores do velhinho, ao lado dele permanecendo até a morte.
O discurso da direita? Corrupção!
Morto Getúlio, fez-se necessário continuar com o seu legado, não abrindo espaço para a direita, e seu avô foi um dos principais articuladores da candidatura Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que se notabilizou por uma política voltada para o país, com a direita tentando golpeá-lo de todas as maneiras, com o seu avô presidindo o Banco do Brasil, viabilizando financiamentos para a construção de Brasília.
O discurso da direita? Corrupção!
Jânio renunciou e a direita não quis dar posse ao seu vice, João Goulart, porque Jango significava o retorno do nacionalismo ao poder, do comprometimento com o país e o seu povo.
Pra limitar os poderes de Jango, a direita propôs o parlamentarismo e a esquerda recusou, quase precipitando o golpe militar, antecipando-o em três anos, e surgiu a figura de seu avô, novamente, convencendo Jango a aceitar, para derrubar depois.
Aprovado o parlamentarismo, apareceu a necessidade de um nome de conciliação, que fosse moderado, conservador, mas identificado com as causas populares, nacionalistas, e acima de tudo fiel a Jango, capaz de lutar para implementar as Reformas de Base, e surgiu o nome do seu avô.
Veio a campanha para acabar com o parlamentarismo e lá estava o seu avô ao lado do melhor para o Brasil, o melhor para o povo brasileiro, combatendo o parlamentarismo, para contrariedade da direita.
E caiu o parlamentarismo e ressurgiu o discurso golpista da direita, com o seu avô rebatendo, resistindo ao golpe, bravamente, até que ele veio.
O discurso da direita, a justificativa? Corrupção!
Foram vinte e um anos de entrega do patrimônio nacional, de torturas, exílios, censuras e mortes, com a oposição do seu avô.
Veio a campanha das Diretas Já e entre os mais inflamados e respeitados oradores, o seu avô, exigindo a devolução do poder ao povo.
A lei das diretas não passou e novamente foi necessário se encontrar um nome confiável, conservador o bastante para acalmar os militares, mas nacionalista o bastante para mudar os rumos da conjuntura, adversa, cruel, desumana, para vencer Paulo Maluf, o corrupto e ditatorial candidato do sistema, dos militares, e novamente o nome do seu avô apareceu.
Foi eleito, para regozijo dos democratas, dos patriotas, dos nacionalistas, mas não foi empossado. A morte, cruel e devastadora, é de direita.
E aí surgiu Vossa Excelência, neto mais velho do ancião moribundo, tornando-se o porta voz da família.
A até então obscura nulidade, à custa do sofrimento de um ídolo nacional, ganhou os refletores da mídia e viu reconhecido o seu sobrenome, trampolins para o início da carreira política pessoal.
Isto, excelência os alicerces da sua carreira política estão assentados sobre um cadáver, o do seu avô, e não mais.
Morto o seu avô, iniciou-se um novo ciclo da direita no poder, que durou dezoito anos, até a eleição de um operário, negação de toda a história nacional, devolvendo o país ao seu rumo de direito, assentado no nacionalismo, no patriotismo, na defesa do povo.
Contrariando o exemplo de família e o determinismo genético, desde o primeiro momento Vossa Excelência se posicionou frontalmente contra esse governo, assumindo exatamente a mesma posição dos adversários do seu avô, dos inimigos do seu avô, dos algozes do seu avô.
Hoje ensaia-se novo golpe da direita, exatamente como o que levou Getúlio ao suicídio, exatamente como o que instituiu o militarismo, os bem sucedidos, exatamente como tentaram com Juscelino e, absurdamente o principal porta voz dos interessados nesse golpe é Vossa Excelência, o mais agressivo.
O seu discurso? Corrupção!
Seu avô teve um inimigo pessoal, agressivo porta voz das forças conservadoras, Carlos Lacerda, eixo do golpismo que se iniciou na era Vargas e culminou no golpe de 64, para morrer com a eleição do seu avô.
Agora ressurgiu, reencarnado no seu partido, uma UDN travestida de PSDB, combatendo tudo o que cheira a nacionalismo, patriotismo, política popular, com Vossa Excelência à frente.
É certo que o senhor espera que eu o compare a Carlos Lacerda, mas não posso fazê-lo porque, mesmo nos adversários e inimigos, o meu intelecto me obriga ao reconhecimento das virtudes.
Falta-lhe, Sr. Aécio Neves, a oratória de Lacerda, a eloquência de Lacerda, a redação perfeita e enxuta de Lacerda, a cultura universal, fruto de muita leitura, de Lacerda, a coerência, ainda que equivocada, de Lacerda, o intelecto de Lacerda.
Carlos Lacerda fez o próprio nome, enquanto o Sr. herdou, vivendo politicamente dele.
Isto, Senador, não fosse o seu sobrenome, do qual vive na sombra, e Aécio não existiria, porque ainda hoje a mesma nulidade intelectual da juventude.
Por isso não o comparo a Lacerda.
Eu poderia compará-lo a Joaquim Silvério dos Reis, o verdadeiro verdugo de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mas também não o faço.
Não faço porque entre Tiradentes e Silvério não havia laços de consanguinidade, exigência de respeito à memória, como há entre Vossa Excelência e o seu avô, Dr. Tancredo Neves, e aqui o sr. se avulta, se agiganta, para ser um traidor maior que Lacerda, muito maior que Joaquim Silvério dos Reis.
Resta-nos o consolo que a história é impiedosa: seu avô veio de baixo e morreu lá em cima, enquanto Vossa Excelência, que começou onde ele terminou, terminará a nulidade que nunca deixou de ser.
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 O texto que eu queria ter escrito! Ufa! Até que em fim alguém o fez! Fantástico! Eu sempre disse que o meu admirável Trancredo Neves se revirava no túmulo com as aprontações políticas do seu neto amado, e que nos envergonha a todos os mineiros!   >EuniceT*