sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Mensagem de Solidariedade a Dilma Roussef




Carta aberta a Dilma a propósito dos insultos no WhatSApp. Por Nathalí Macedo



Postado em 09 out 2015
Os executivos diminuíram a si próprios
Os executivos diminuíram a si próprios
Dilma,

Não começo com Senhora Presidente ou Excelentíssima Senhora ou nenhum vocativo pomposo; começo com esta pessoalidade porque a mensagem que deixo aqui não é para a Presidente da República. É para a Dilma mulher, que você certamente continua sendo independente do cargo que ocupe.
É uma mensagem de solidariedade, como eu gostaria de escrever para cada mulher que sofre ataques sórdidos de preconceito na era das redes sociais – em que tudo parece ser permitido, e a falta de escrúpulos e humanidade é viralizada como se fosse novidade. Então, a interlocutora desta mensagem não é a Chefe de Estado, é a minha companheira de luta, como são minhas companheiras de luta as mulheres gordas, magras, brancas, negras, instruídas e não-instruídas. Todas, indistintamente.
Não pretendo adentrar nos seus méritos políticos, mas não devo esquecer-me – como muitos cidadãos brasileiros têm feito – de sua história de luta.
Devo lembrar que a senhora foi membro do Comando de Libertação Nacional (COLINA), da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e outras organizações que defendiam a luta armada contra o Regime Militar. Que foi presa política durante três anos e foi torturada durante a ditadura. Devo lembrar, portanto, a quem esquecer, que a senhora tem uma história política e humana que merece ser respeitada.
A despeito disto, devo lembrar de seus 68 anos de vida. É exatamente a idade da minha avó. Então, ainda que não houvesse nos livros de história registros de sua contribuição política no Brasil, eu ainda assim deveria-lhe respeito, porque fui criada e educada para respeitar as pessoas, especialmente as mais velhas.
Acontece que nem todos os brasileiros o foram, e exatamente por isso esta deve ter sido uma semana difícil para a senhora. Confesso que me envergonhei – enquanto cidadã brasileira e enquanto mulher – das ofensas sórdidas dirigidas à senhora, vazadas de um grupo de whatsapp do qual participavam os principais executivos da Andrade Gutierrez.
Adjetivos como “velha gorda”, “sapa” e “cara do satanás” são daqueles que não se pode repetir sem sentir tristeza e vergonha profunda por saber que uma mulher da sua idade – e independente de sua posição, ressalte-se – seja obrigada a ler insultos públicos tão cruéis.
Quero lhe dizer que a crueldade que foi imbutida nestas críticas, em termos tão vergonhosamente chulos, é a mesma crueldade dirigida a muitas de nós, mulheres, todos os dias. Nós, chamadas de gordas, sapas, Satanás, pandoras, putas, vitimistas. Nós, que somos sempre culpadas. A senhora, a despeito de sua posição política, de sua idade e de sua história de vida, não escapou do ódio irracional desta parcela desprezível do povo brasileiro. Sinto muito, mas nenhuma de nós escapa.
Além disso, é justo que saiba que eu e algum quinhão da população brasileira não nos deixamos contaminar pelo ódio que vem se instalando no país. Ainda há pessoas que não lotam estádios de futebol para gritar-lhe palavras de baixo escalão ou a insultam secretamente em grupos na internet.
Mas coexistimos, infelizmente, com uma direita movida pelo ódio, pela sordidez e pela desumanidade; quero avisar-lhe que nós estamos engajados em refutar a esse ódio com uma serenidade inteligente que só pessoas que mantém em suas vida alguma humanidade são capazes.
Estou certa de que percebeu isto, e quero que saiba que percebemos também: o ódio dirigido à senhora nestas conversas vazadas recentemente demonstram que a direita brasileira ainda não sabe lidar com uma mulher em sua posição. Xingam-na como se ainda ocupassem carteiras de uma turma de quinta série porque são preconceituosos e inescrupulosos, é verdade, mas especialmente porque não conseguem tratá-la com o mínimo de igualdade. Não conseguem engolir uma mulher na presidência.
Eu nunca ouvi, por exemplo, um presidente – por mais oposição que tenha enfrentado – ser xingado de gordo, ainda que alguns o fossem. Nunca vi a direita brasileira expecular sobre a sexualidade de políticos homens. “Corruptos, salafrários, pilantras” e toda a sorte de ofensas públicas, admito, mas nunca gordos ou gays.
A verdade é que a direita brasileira perdeu o controle. A dificuldade em manter posicionamentos jurássicos combatidos vorazmente por uma parcela cada vez mais politizada da população os tem levado a transparecer, de uma maneira cada vez mais insana, o próprio desrespeito e desumanidade.
Quero dizer, portanto, a esta Dilma mulher, que ela não precisa ser magra ou atraente. Que não deve envergonhar-se dos insultos – vergonhosos, na verdade, para quem os proferiu – e que sua aparência física ou vida particular não precisa estar sujeita à crueldade de uma direita podre. E que mostre a quem ainda não notou – como a mulher forte que sempre foi – que os discursos de ódio não passarão. Para que, quem sabe, em algum futuro próximo, a direita brasileira possa perceber que a igualdade é mais que um direito – é a palavra de ordem. E ela não comporta preconceito ou discurso de ódio – nem a mim, nem à Presidente da República e nem a ninguém.
Dilma, nós, mulheres, acreditamos que alguém que venceu a ditadura não pode ser vencida pelo ódio de uma direita inconformada. E enquanto suas companheiras de luta, nós e o feminismo te abraçamos.
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Nathali Macedo
Sobre as Autora Nathali  Macedo
Atriz por vocação, escritora por amor e feminista em tempo integral. Adora rir de si mesma e costuma se dar ao luxo de passar os domingos de pijama vendo desenho animado. Apesar de tirar fotos olhando por cima do ombro, garante que é a simplicidade em pessoa. No mais, nunca foi santa. Escreve sobre tudo em: facebook.com/escritosnathalimacedo

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Eduardo Cunha Endoidou de vez!!!


Velório da Direita
4 h
Muito brincalhão, o Presidente Cunha.
Esperamos que mantenha o senso de humor, quando estiver na Papuda. Emoticon unsure
Cunha corta energia, ar e sitia com a polícia vigília de povos tradicionais
O deputado Eduardo Cunha mandou a polícia cercar o Plenário 1 da chamada ‘Casa do Povo’, além de desligar o ar-condicionado e as luzes da sala sem janelas.


     A Câmara Federal viveu mais um dia triste na recente história de desmandos e autoritarismos praticados pelo atual presidente, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). No final da noite desta segunda-feira, 05, Cunha mandou a polícia cercar o Plenário 1 da chamada ‘Casa do Povo’, sitiando-o, além de desligar o ar-condicionado e as luzes da sala sem janelas, com o intuito de acabar com uma vigília iniciada por cerca de 200 indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses da Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais.
Não houve sucesso: a permanência da mobilização seguiu no interior da Câmara madrugada adentro e um ato ficou programado para acontecer às 7 horas desta terça-feira, 6, no estacionamento do Anexo 2 da Câmara Federal, para marcar o fim da vigília.
O presidente da Câmara se negou a receber as lideranças, que decidiram iniciar a vigília. Entre cantos rituais e falas de denúncias, chegou a informação de que a polícia tinha sido acionada por Cunha e a Tropa de Choque estava pronta para retirar todos e todas à força. Pelas redes sociais, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT/RS), confirmava as informações e ressaltava o clima tenso.
Numa tentativa de evitar a ação policial, Pimenta reabriu a sessão da Audiência Pública, iniciada às 15 horas, sobre a ação de milícias armadas contra povos indígenas, quilombolas e camponeses. “Então cortaram o microfone, o ambiente ficou abafado com o ar desligado e logo a luz foi cortada. Nesse momento, apareceram os policiais do Choque na porta do plenário”, conta Cléber Buzatto, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Além das lideranças de povos e comunidades tradicionais, estavam no Plenário parlamentares e a coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão Deborah Duprat, da Procuradoria-Geral da República (PGR). Mesmo na escuridão, indígenas passaram a dançar o Toré e a cantar suas rezas. Os presentes se alternavam no ‘gogó’ e seguiram com a audiência pública denunciando a ação criminosa e assassina contra as comunidades. A imprensa foi proibida de chegar perto do Plenário. Do lado de fora da Câmara, jornalistas e apoiadores da causa indígena se aglomeraram esperando o desfecho da situação.
Nas redes sociais, a solidariedade tomou conta de centenas de postagens e mensagens de apoio a todos e todas que mantinham a vigília, além de frases de repúdio ao presidente da Câmara. Para a imprensa, a assessoria de Cunha afirmou que o presidente da casa não havia solicitado a Tropa de Choque, mesmo com fotos desmentindo a informação, mas que de fato havia solicitado o desligamento da energia elétrica e do ar-condicionado com o objetivo de que todos e todas saíssem de ‘forma pacífica’. Pacífica, porém, era a vigília que reivindicava a demarcação de terras indígenas e em posição contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, além de denunciar a ação de milícias e grupos de extermínio contra as lideranças em luta por direitos.
De acordo com dados da violência no campo sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), nos últimos 10 anos, povos indígenas e comunidades tradicionais enfrentaram 5.771 conflitos; 4.568 pessoas foram vítimas de violência; 1.064 sofreram ameaças de morte; 178 sofreram tentativas de assassinato e 98 foram assassinadas.
Por outro lado, a vigília pretendia lembrar dos 27 anos da Constituição Federal e do quanto a ‘Carta Cidadã’ ainda não garantiu direitos e tampouco cidadania para os povos e comunidades tradicionais – e já vem sendo desconstruída conforme os interesses de grupos políticos e econômicos. Daniel Guarani e Kaiowá lembrou o sofrimento de seu povo no Mato Grosso do Sul e lembrou que no Brasil os direitos de uns valem mais do que os direitos de outros: “Uma propriedade vale mais que uma vida? No meu estado, um boi vale mais que a vida de um índio”. Conforme o deputado Paulo Pimenta, em vídeo nas redes sociais, a vigília transcorreu de forma pacífica e a violência é responsabilidade do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Aos poucos, com pressões surgidas de todos os lados, Cunha não seguiu adiante com a desocupação forçada, mas não pediu a religação da energia elétrica e do ar refrigerado. Mesmo no escuro, como dezenas de pessoas lembraram nas redes sociais do poema de Thiago de Mello, todos e todas cantaram. Segue o poema:

Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.


Fontes:
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=8392&action=readhttp://portrasdapalavra.blogspot.com.br/2006/04/realidade-dos-povos-indgenas-no-brasil.htmlhttp://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/blog/2015/10/06/cunha-corta-energia-ar-e-sitia-com-a-policia-vigilia-de-povos-tradicionais/

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Imprensa deplorável coloca em cheque a credibilidade da nossa Saúde Pública



Senhor Editor,

Solicito retificação das mentiras publicadas na edição de hoje, em matéria de conteúdo sensacionalista e inverídico a respeito da assistência em pediatria em nossa cidade.

Das nove Unidades Básicas mencionadas, todas tem oferta de consultas em pediatria para os próximos quatro dias úteis e seis delas tem oferta de consulta para hoje.

As Unidades de Pronto Atendimento, que se destinam preferencialmente aos atendimentos de urgência e emergência, oferecem consultas em pediatria 24 horas por dia, sete dias por semana, na UPA e na UBDS Vila Virgínia. A oferta nas demais depende das dimensões da demanda registrada e da disponibilidade de profissionais. Não se justifica manter uma equipe médica composta de três profissionais em regime de tempo contínuo se não houver demanda a ser atendida. É o que ocorre nos finais de semana, quando diminui a procura de nossos serviços de urgência de Pediatria, sendo suficiente a oferta existente. Sabe-se, e isto só é novidade para o jornal "A Cidade" quando quer denegrir a autoridade pública, que há escassez de médicos Pediatras em todo o Brasil. Sugiro que o jornal verifique como está a cobertura de plantões nos serviços privados da cidade. Sugiro que verifique nas instituições de ensino local como está o interesse de médicos em formação pela carreira de Pediatria. Trata-se de uma crise de mercado de trabalho, provocada pela falta de planejamento e pela falta de incentivo do aparelho formador, que direciona seus alunos para a ilusão das super especialidades em detrimento da formação básica para a realidade do trabalho médico. A Prefeitura Municipal de Saúde de Ribeirão Preto realizou concursos nos últimos anos, inclusive em 2015, havendo atualmente lista de aprovados válida, com chamamentos regulares para composição das escalas de trabalho. Realizou também processo seletivo para contratação de plantonistas de Pediatria, para que a cobertura das escalas seja feita de modo adequado e garanta a continuidade da assistência.

Esclareço que o menino Luiz Gabriel (e não Luis, como grafa erroneamente o jornal), 6 anos, foi atendido vinte e nove vezes na rede pública municipal apenas neste ano de 2015. Desses atendimentos, dez foram consultas médicas, uma média de mais de uma consulta por mês.



 Gabriel, felizmente, é um menino saudável, tem um desenvolvimento neurológico, psíquico e motor adequado para sua idade. Será que com dez consultas médicas e vinte e nove atendimentos de saúde, estaria sendo negado a ele o direito constitucional? Será que algum convênio médico autorizaria mais de uma consulta por mês durante nove meses seguidos para uma pessoal saudável?
 

Será que o direito à saúde é o direito à banalização dos serviços públicos de saúde?

Confesso:  Ribeirão Preto (nem cidade nenhuma do mundo) jamais terá pediatras em número suficiente para realizar mais de uma consulta médica por mês para crianças sadias ao longo de meses, anos. 

Quando teremos uma imprensa séria, uma imprensa sóbria, uma imprensa que sirva à cidadania?



























































É deplorável que o jornal adote a mentira e a mistificação em lugar da informação completa e de qualidade para que seus leitores formem opinião por conta própria. O jornal tenta impor ao leitor sua opinião ideologicamente enviesada. Um desrespeito.





Orientamos os senhores pais e as senhoras mães que o Pronto Atendimento destina-se às urgências e emergências pediátricas. O seguimento em puericultura e o tratamento de doenças crônicas da criança devem ser realizados nas Unidades Básicas e nas Unidades de Saúde da Família.

Com os meus pêsames pelo péssimo jornalismo da edição de hoje,

Atenciosamente,

stenio