quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

As fantásticas tecelãs

Ontem deparei com algo diferente no jardim da sede  social dos moradores. Uma das palmeiras -fênix, tinha uma das folhas em forma de cartucho. Logo desconfiei que fosse um casulo, mas era muito grande, uns trinta centímetros por uns dez de circunferência. 

Comecei a fotografar na mesma medida em que crescia a curiosidade.

Veja os resultados:
                              Impressiona como conseguem unir as folhas filetadas que a primeira vista parece que sempre foram unidas. Ao toque senti o peso e a firmeza, estava diante de um belíssimo casulo.

A curiosidade crescendo, e tentei olhar dentro, porém era escuro e a cavidade muito pequena, postada bem debaixo do talo da folha, me levou a abrir um pouquinho e veja que efervescência de vida estava escondida ali.



Lagarta-das-folhas, Brassolis sophorae (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Nymphalidae)


 Tão rápido quanto  abri, algumas moradoras começaram a subir pelo talo, cujas folhas já tinham virado refeição  para aquela população de lagartas..                          









                                
Quis saber quantas eram.
 Abria a folha em sua extensão











Olha que coisa fascinante!
Algumas se agitaram, outras permaneceram imóveis; as mais escuras e mais lisas, sem pelagem, me pareceram mais novinhas, mas bebês, deduzi que pela diferença de cores, tinham idades diferentes, mesmo porque eram as mais coloridas que tinham uma pelugem avermelhada e eram mais ativas.



 Como estava em camadas desisti de contar, mesmo porque, não tinha a intenção de feri-las; já havia invadido demais aquele habitat.
Voltei a folha na posição original do casulo e deixei-as, não sem antes observar que aquelas que haviam subido pelo talo, simplesmente  haviam desaparecido nas entranhas do tronco.




 Pouco tempo depois retornei, e descobri uma linda atividade: Algumas lagartas, teciam rapidamente e fechavam a abertura, soltando finíssimos fios de suas bocas, fixando-as de um e outro lado da folha numa rapidez impressionante, enquanto outras  mais acima, refaziam as bordas rasgadas, como que preparando para a tecedora, que trabalhava de baixo para cima.

Deixei-as nesse labor, um pouco penalizada pelo estrago que certamente irão fazer na palmeira, mas não me senti no direito de  destruír aquelas pequeninas e laboriosas vidinhas.










É possível que no final as que sobrevivam aos ataques dos pássaros se transformem em belíssimas borboletas como esta.


E se tiver sorte farei fotos e postarei aqui mesmo.


Até lá, é o que tínhamos por agora.
Um abraço e até a próxima!

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