Fonte: Jornal de Brasília, edição de 14 de agosto de 2012, terça-feira.
Conforme recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas viciadas em crack no Brasil ultrapassa a impressionante marca de um milhão de usuários. Especialistas em saúde comparam a epidemia da aids na África à do crack em nosso país. Outro dado alarmante é a média de idade dos que o experimentam pela primeira vez: 13 anos. Contudo, engana-se quem acha que somente as camadas da sociedade em situação de pobreza estão à mercê desse perigo mortal. A droga também se faz presente nas classes sociais mais abastadas de modo devastador.
O desastroso abalo físico e mental provocado pela pedra de crack é disparado na primeira ocasião em que se acende o cachimbo artesanal — poderia se dizer infernal —, pois não arruína apenas a vida do usuário, mas a de toda a família. A ilusória sensação de bem-estar e de euforia fica tragicamente evidenciada pela progressiva degradação do corpo e da Alma dos dependentes.
Segundo a dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), "no início da entrada do crack no Brasil, mais precisamente em São Paulo/SP, o perfil do usuário era do sexo masculino. A presença de mulheres era pontual, algo raro. No princípio da década de 2000, começamos a receber indicativos e informações dos próprios usuários de que as mulheres aderiram à cultura do uso do crack".
Vivian R. Ferreira
Dra. Solange Nappo
Em entrevista ao programa "Sociedade Solidária", transmitido pela Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), a dra. Solange comentou que o fato de a mulher transformar-se em consumidora do entorpecente mudou toda a dinâmica do vício. "O usuário masculino tornou-se, em geral, um transgressor. Ele rouba para comprar a pedra. Não é um profissional do crime. Diante disso, com sua inexperiência, é facilmente preso e acaba criando um problema para o tráfico, que perde um cliente em potencial, na maioria das vezes já devedor da droga que consome. Quando a mulher é inserida no submundo do crack, ela passa a ser linha de frente, pois o risco de ser presa é bem menor. Ao invés de roubar, ela vai vender o seu corpo", explicou.
Para agravar a situação, a mulher, ao se prostituir a fim de conseguir a droga, vira foco de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HIV.
Sobre isso, esclareceu a dra. Solange: "Uma mulher que faz programa por conta da compulsão pela droga o faz sem proteção, a qualquer hora e em qualquer lugar. Não fica num local aguardando que alguém passe. Ela vai em busca desse parceiro na tentativa de que ele, rapidamente, lhe dê o dinheiro que lhe possibilitará comprar a pedra de crack. Sem falar das que ficam grávidas sem nenhuma estrutura para ser mãe. Essa situação de vulnerabilidade traz para a mulher complicações físicas, psíquicas e orgânicas de todos os tipos. Quando a mulher entra nessa cultura, traz com ela um problema social enorme. De um grupo de 80 mulheres que entrevistamos, pelo menos 40% delas eram portadoras do HIV".
Grato, dra. Solange, pelas elucidações. É uma triste realidade que não pode ser ignorada. Além das imprescindíveis políticas públicas de combate ao crack, urge fortalecer, com a Espiritualidade Ecumênica, os valores da Família. É nela que se encontra a solução de muitos problemas que hoje afligem a Humanidade.
SOBRE O AUTOR.: !José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem "o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno".!
Beijing+20 — O protagonismo da mulher na construção da Paz
O protagonismo da mulher na construção da Paz
Fonte: Revista BOA VONTADE Mulher, de fevereiro de 2015.
Oito de março é o Dia Internacional da Mulher, que tem sido vítima, em pleno século 21, das maiores atrocidades, entre elas o execrável estupro. Crime inafiançável. Uma vergonha para a Humanidade.
No Preâmbulo da Constituição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), aprovada em 16 de novembro de 1945, temos a descrição desta realidade: "Se as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser construídos os baluartes da Paz". Em 2003, fiz questão de abrir meu livro "Reflexões da Alma" com esse ensinamento. Ele realmente traça os nossos planos de trabalho. Contudo, considero importante evidenciar que essa acurada advertência diz respeito aos seres humanos em geral e não apenas ao gênero masculino.
Saudação
Meus cumprimentos às delegações internacionais, às autoridades e a todos os participantes que decididamente se reúnem aqui, em Nova York, EUA, entre os dias 9 e 20 de março de 2015, durante a 59a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, organizada pelas Nações Unidas (ONU), com o nobre intuito de discutir o tema central: "Beijing+20 (2015)". Promove-se, assim, profunda reflexão a respeito dos avanços e retrocessos havidos desde 1995, quando ocorreu em Pequim, na China, a Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, que definiu como foco principal trabalhar pela igualdade de gênero e lutar contra a discriminação de mulheres e meninas em todo o orbe terrestre.
É sempre com muita honra que a Legião da Boa Vontade (LBV), desde o início, tem prestigiado tais debates com sua contribuição e se empenhado na defesa desse fundamental objetivo, sobretudo em um globalizado mundo belicista.
Quando participamos daquele memorável encontro, em 1995, endereçamos aos conferencistas mensagem publicada anteriormente na revista International Business and Management, em 1987, com o seguinte título: "Não há mundo sem a China". Nela, entre outros tópicos, escrevi:
O caminho da LBV é a Paz. Chega de guerras! A brutalidade é a lei dos irracionais, não do ser humano, que se considera superior. Defendemos a valorização da criatura humana, dentro da imprescindível igualdade, antes de tudo espiritual, de gênero, porquanto a riqueza de um país é o seu povo. (...)
Façamos nossas estas palavras do Apóstolo Pedro, constantes de sua Primeira Epístola, 3:11:
— Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz e siga-a.
Essa tão almejada Paz, legítima, necessária, antídoto para os problemas espirituais, sociais e físicos, a exemplo das crises globais, será alcançada quando também não tivermos mais toda e qualquer discriminação contra as mulheres e as meninas (na verdade, as crianças de ambos os sexos). Assim, garantiremos a elas o empoderamento e a autonomia para serem protagonistas no desmantelamento da crueldade absurda, que campeia o íntimo endurecido de indivíduos, com o sentimento materno que nasce no coração de cada uma — independentemente se forem mães de filhos carnais, pois brado, com todas as minhas forças, que todas as mulheres são mães.
O exemplo de Hipácia
Reprodução LBV
Hipácia
Vem à minha memória o exemplo de uma pioneira figura na matemática, na astronomia e ícone da filosofia na Antiguidade, que homenageei em meu artigo "Hipácia, mãe de filósofos". Ascética e celibatária, ela não deixou herdeiros, mas, como reiterei em 1987, há muitas formas sublimes de ser mãe, inclusive dar à luz grandes realizações em prol da Humanidade.
Foi o caso dela. Sua dedicação às questões metafísicas gerou verdadeiros filhos a perpetuar nas mentes a constante necessidade de buscar respostas às indagações que sempre nos afligiram. Numa época em que a intelectualidade feminina não era reconhecida, as teses de Hipácia (aprox. 355-415) influenciaram muitos poderosos. Suas palestras não ficavam apenas no âmbito filosófico, pois era procurada também a fim de opinar sobre assuntos políticos e da comunidade.
No entanto, em ambiente de forte intolerância, Hipácia começou a incomodar. E a atrocidade usada para tirar-lhe a vida provocaria espanto aos mais cruéis carrascos de todos os tempos. Como não queremos que se repitam as atitudes terríveis praticadas contra a filósofa de Alexandria, vale destacarmos o texto extraído da "Plataforma de Ação da Declaração de Beijing — Mulher no Poder e Tomada de Decisões", no qual podemos ler:
— Conforme se encontra na Declaração Universal dos Direitos Humanos, "todos têm o direito de fazer parte do governo do seu país". O empoderamento e a autonomia da mulher e a melhoria do seu status social, econômico e político são essenciais para que se alcance transparência e um governo respeitável e uma administração e desenvolvimento autossustentável em todas as áreas da vida.
Eis um passo decisivo para extinguirmos a intolerância, que patrocina nefastas ações contra a Humanidade.
Em geral, as primeiras a sofrer os danos lastimáveis das conflagrações planetárias são justamente as mulheres e as meninas (aliás, todas as crianças). Portanto, observamos o perigo iminente ainda rondando os bons ideais de vê-las libertas e amparadas nos próprios lares.
A violência contra elas é triste realidade, que se abate nas mais diversas regiões do mundo, até mesmo nos países que já avançaram nas leis que as protegem. Ou seja, não está circunscrita às áreas em conflito declarado. Há uma espécie de guerra disfarçada, que espreita nossos lares, comunidades, empresas, municípios, Estados, religiões... Onde houver a violência ali estará a horrenda face do ódio!
Esse torpe semblante foi conhecido pela valente enfermeira britânica nascida em Florença, a então capital do Grão-Ducado da Toscana, atual Itália, Florence Nightingale (1820-1910). Ela lutou para quebrar as retrógradas convenções no que se referia ao papel da mulher na sociedade de sua época e acreditava ter sido chamada por Deus para servir a um grande propósito. Com sua abnegação, levou consideráveis avanços ao campo da saúde, na era vitoriana. Ao longo de sua inestimável contribuição no cuidado para com os soldados ingleses durante a Guerra da Crimeia, a "dama da lâmpada" declarou, com propriedade, em carta datada de 5 de maio de 1855:
— (...) Ninguém pode imaginar o que são os horrores da guerra — não são as feridas, e o sangue, e a febre, maculosa ou baixa, ou a disenteria, crônica e aguda, o frio, e o calor, e a penúria —, mas a intoxicação, a brutalidade embriagada, a desmoralização e a desordem por parte dos inferiores; a inveja, a maldade, a indiferença, a brutalidade egoísta por parte dos superiores. (...)
Embora diante de um quadro tão severo, jamais nos esqueçamos desta máxima do célebre cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro dr. Oswaldo Cruz (1872-1917):
— Não esmorecer para não desmerecer.
Igualmente, ressalto em minhas palestras que, se é difícil, comecemos já, ontem!, porque resta muito a ser feito. E não se pode conceber qualquer empreendimento que vise à solução dos males terrestres sem a participação efetiva das mulheres.
Relendo meu livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade, lançado em 8 de novembro de 2014, achei alguns modestos apontamentos, os quais gostaria de apresentar a Vocês, que me honram com a leitura.
Desarmar os corações
4) Alziro Zarur (1914-1979); 5) Confúcio (551-479 a.C.); 6) Dante Alighieri (1265-1321); 7) Jesus, o Cristo Ecumênico, portanto universal, o Divino Estadista.
Por infelicidade, os povos ainda não regularam suas lentes para enxergar que a verdadeira harmonia nasce no íntimo esclarecido de cada criatura, pelo conhecimento espiritual, pela generosidade e pela justiça. Consoante costumo afirmar e, outras vezes, comentarei, eles geram fartura. A tranquilidade que o Pai-Mãe Celeste tem a oferecer — visto, de lado a lado, com equilíbrio e reconhecido como inspirador da Fraternidade Ecumênica — em nada se assemelha às frustradas tratativas e acordos ineficientes ao longo da nossa História. O engenheiro e abolicionista brasileiro André Rebouças (1838-1898) traduziu em metáfora a inércia das perspectivas exclusivamente humanas:
— (...) A paz armada está para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam as nações; é só uma questão de tempo. (O destaque é nosso.)
Ora, vivenciar a Paz desarmada, a partir da fraternal instrução de todas as nações, é medida inadiável para a sobrevivência dos povos. Mas, para isso, é preciso, primeiro, desarmar os corações, conservando o bom senso, conforme enfatizei à compacta massa de jovens de todas as idades que me ouviam em Jundiaí/SP, Brasil, em setembro de 1983 (...).
Os artefatos mortíferos, mentais e físicos, perderão todo o seu terrível significado e sua má razão de "existir" no dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para dispará-los.
É necessário desativar os explosivos, cessar os rancores, que insistem em habitar os corações humanos. Eis a grande mensagem da Religião do Terceiro Milênio, que se inspira no Cristo, o Príncipe da Paz: desarmar, com uma força maior que o ódio, a ira que dispara as armas. Trata-se de um trabalho de educação de largo espectro; mais que isso, de reeducação. E essa energia poderosa é o Amor — não o ainda incipiente amor dos homens —, mas o Amor de Deus, de que todos nós nos precisamos alimentar. Temos, nas nossas mãos, a mais potente ferramenta do mundo. Essa, sim, é que vai evitar os diferentes tipos de guerra, que, de início, nascem na Alma, quando enferma, do ser vivente.
Contudo, é forçoso lembrar esta enérgica reflexão de Confúcio (551-479 a.C.):
— Paga-se a Bondade com a Bondade, e o mal com a Justiça.
Ainda em Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade, ratifico o Poder de transformação promovido pelo Amor Fraternal. A prática dessa consciência sublime e divina emoção, aliadas à verdadeira Justiça, não aos justiçamentos, constitui-se na Política mais eficaz que o ser humano pode exercer. O tempo mostrará aos pessimistas.
Sobrepujar os obstáculos As pessoas discutem o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa ou na internet e ficam cada vez mais perplexas por não descobrir a solução para erradicá-la, apesar de tantas e brilhantes teses. Em geral, procuram-na longe e por caminhos intrincados. Ela, porém, não se encontra distante; está pertinho, dentro de nós: Deus!
— (...) o Reino de Deus está dentro de vós. Jesus (Lucas, 17:21)
E devemos sempre repetir que o Pai Celestial é Amor! Não o amor banalizado, mas a Força que move os Universos. Lamentavelmente, a maioria esmagadora dos chamados poderosos da Terra ainda não acredita bem nesse fato e tenta desqualificá-lo. São os pretensos donos da verdade... Entretanto, "o próximo e último Armagedom mudará a mentalidade das nações e dos seus governantes", afiançava Alziro Zarur (1914-1979). E eu peço licença a ele para acrescentar: governantes sobreviventes.
Alziro Zarur, saudoso fundador da LBV, dizia que, "na verdade, quem realmente ama a Deus ama ao próximo, seja qual for sua religião, ou irreligião".
Recordo uma meditação minha que coloquei no livro Reflexões da Alma (2003): O coração torna-se mais propenso a ouvir quando o Amor é o fundamento do diálogo.
E um bom diálogo é básico para o exercício da democracia, que é o regime da responsabilidade.
A Paz não é utopia Ao encerrar este artigo, recorro a um argumento que apresentei, durante palestras sobre o Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, apropriado igualmente aos que porventura pensem que a construção responsável da Paz seja uma impossibilidade: (...) Isso é utopia? Ué?! Tudo o que hoje é visto como progresso foi considerado delirante num passado nem tão remoto assim. (...)
Muito mais se investisse em educação, instrução, cultura e alimentação, iluminadas pela Espiritualidade Superior, melhor saúde teriam os povos, portanto, maior qualificação espiritual, moral, mental e física, para a vida e o trabalho, e menores seriam os gastos com segurança. "Ah, é esforço para muito tempo?!" . Então, comecemos ontem! Senão, as conquistas civilizatórias no mundo — a começar pelas da igualdade de gênero, empoderamento e autonomia de mulheres e meninas —, que ameaçam ruir, poderão dar passagem ao contágio da desilusão que atingirá toda a Terra. Não podemos permitir tal conjuntura.
Convivência pacífica A fraterna saudação ensinada por Jesus aos Seus Apóstolos e Discípulos estende-se ecumenicamente a todos os seres terrenos, como valioso convite à convivência em paz no planeta, nossa morada coletiva:
— E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa! Jesus (Lucas, 10:5).
Como se sabe, D Marisa já está na conta do Moro
publicado 28/01/2017
O Conversa Afiada reproduz uma das mais lindas páginas dessa blogosfera poluída.
O texto da insuperável Hildegard Angel sobre D. Marisa, escrito em 2011, quando D Marisa não era mais a Primeira Dama da República, mas de um apartamento em São Bernardo.
(O ansioso blogueiro, que não dispõe dos talentos da Hildegard tinha, antes, dito que a D Marisa já foi para a conta do Dr Moro.)
Marisa Letícia Lula da Silva: as palavras que precisavam ser ditas
Foram oito anos de bombardeio intenso, tiroteio de deboches, ofensas de todo jeito, ridicularia, referências mordazes, críticas cruéis, calúnias até. E sem o conforto das contrapartidas. Jamais foi chamada de “a Cara” por ninguém, nem teve a imprensa internacional a lhe tecer elogios, muito menos admiradores políticos e partidários fizeram sua defesa. À “companheira” número 1 da República, muito osso, afagos poucos. Ah, dirão os de sempre, e as mordomias? As facilidades? O vidão? E eu rebaterei: E o fim da privacidade? A imprensa sempre de olho, botando lente de aumento pra encontrar defeito? E as hostilidades públicas? E as desfeitas? E a maneira desrespeitosa com que foi constantemente tratada, sem a menor cerimônia, por grande parte da mídia? Arremedando-a, desfeiteando-a, diminuindo-a? E as frequentes provas de desconfiança, daqui e dali? E – pior de tudo – os boatos infundados e maldosos, com o fim exclusivo e único de desagregar o casal, a família? Ah, meus queridos, Marisa Letícia Lula da Silva precisou ter coragem e estômago para suportar esses oito anos de maledicências e ataques. E ela teve.
Começaram criticando-a por estar sempre ao lado do marido nas solenidades. Como se acompanhar o parceiro não fosse o papel tradicional da mulher mãe de família em nossa sociedade. Depois, implicaram com o silêncio dela, a “mudez”, a maneira quieta de ser. Na verdade, uma prova mais do que evidente de sua sabedoria. Falar o quê, quando, todos sabem, primeira-dama não é cargo, não é emprego, não é profissão? Ah, mas tudo que “eles” queriam era ver dona Marisa Letícia se atrapalhar com as palavras para, mais uma vez, com aquela crueldade venenosa que lhes é peculiar, compará-la à antecessora, Ruth Cardoso, com seu colar poderoso de doutorados e mestrados. Agora, me digam, quantas mulheres neste grande e pujante país podem se vangloriar de ter um doutorado? Assim como, por outro lado, não são tantas as mulheres no Brasil que conseguem manter em harmonia uma família discreta e reservada, como tem Marisa Letícia. E não são também em grande número aquelas que contam, durante e depois de tantos anos de casamento, com o respeito implícito e explícito do marido, as boas ausências sempre feitas por Luís Inácio Lula da Silva a ela, o carinho frequentemente manifestado por ele. E isso não é um mérito? Não é um exemplo bom?
Passemos agora às desfeitas ao que, no entanto, eu considero o mérito mais relevante de nossa ex-primeira-dama: a brasilidade. Foi um apedrejamento sem trégua, quando Marisa Letícia, ao lado do marido presidente, decidiu abrir a Granja do Torto para as festas juninas. A mais singela de nossas festas populares, aquela com Brasil nas veias, celebrando os santos de nossas preferências, nossa culinária, os jogos e as brincadeiras. Prestigiando o povo brasileiro no que tem de melhor: a simplicidade sábia dos Jecas Tatus, a convivência fraterna, o riso solto, a ingenuidade bonita da vida rural. Fizeram chacota por Lula colar bandeirinhas com dona Marisa, como se a cumplicidade do casal lhes causasse desconforto. Imprensa colonizada e tola, metida a chique. Fazem lembrar “emergentes” metidos a sebo que jamais poderiam entender a beleza de um pau de sebo “arrodeado” de fitinhas coloridas. Jornalistas mais criteriosos saberiam que a devoção de Marisa pelo Santo Antônio, levado pelo presidente em estandarte nas procissões, não é aprendida, nem inventada. É legitimidade pura. Filha de um Antônio (Antônio João Casa), de família de agricultores italianos imigrantes, lombardos lá de Bérgamo, Marisa até os cinco de idade viveu num sítio com os dez irmãos, onde o avô paterno, Giovanni Casa, devotíssimo, construiu uma capela de Santo Antônio. Até hoje ela existe, está lá pra quem quiser conferir, no bairro que leva o nome da família de Marisa, Bairro dos Casa, onde antes foi o sítio de suas raízes, na periferia de São Bernardo do Campo. Os Casa, de Marisa Letícia, meus amores, foram tão imigrantes quanto os Matarazzo e outros tantos, que ajudaram a construir o Brasil.
Outro traço brasileiro dela, que acho lindo, é o prestígio às cores nacionais, sempre reverenciadas em suas roupas no Dia da Pátria. Obras de costureiros nossos, nomes brasileiros, sem os abstracionismos fashion de quem gosta de copiar a moda estrangeira. Eram os coletes de crochê, os bordados artesanais, as rendas nossas de cada dia. Isso sim é ser chique, o resto é conversa fiada. No poder, ao lado do marido, ela claramente se empenhou em fazer bonito nas viagens, nas visitas oficiais, nas cerimônias protocolares. Qualquer olhar atento percebe que, a partir do momento em que se vestir bem passou a ser uma preocupação, Marisa Letícia evoluiu a cada dia, refinou-se, depurou o gosto, dando um olé geral em sua última aparição como primeira-dama do Brasil, na cerimônia de sábado passado, no Palácio do Planalto, quando, desculpem-me as demais, era seguramente a presença feminina mais elegante. Evoluiu no corte do cabelo, no penteado, na maquiagem e, até, nos tão criticados reparos estéticos, que a fizeram mais jovem e bonita. Atire a primeira pedra a mulher que, em posição de grande visibilidade, não fez uma plástica, não deu uma puxadinha leve, não aplicou uma injeçãozinha básica de botox, mesmo que light, ou não recorreu aos cremes noturnos. Ora essa, façam-me o favor!
Cobraram de Marisa Letícia um “trabalho social nacional”, um projeto amplo nos moldes do Comunidade Solidária de Ruth Cardoso. Pura malícia de quem queria vê-la cair na armadilha e se enrascar numa das mais difíceis, delicadas e técnicas esferas de atuação: a área social. Inteligente, Marisa Letícia dedicou-se ao que ela sempre melhor soube fazer: ser esteio do marido, ser seu regaço, seu sossego. Escutá-lo e, se necessário, opinar. Transmitir-lhe confiança e firmeza. E isso, segundo declarações dadas por ele, ela sempre fez. Foi quem saiu às ruas em passeata, mobilizando centenas de mulheres, quando os maridos delas, sindicalistas, estavam na prisão. Foi quem costurou a primeira bandeira do PT. E, corajosa, arriscou a pele, franqueando sua casa às reuniões dos metalúrgicos, quando a ditadura proibiu os sindicatos. Foi companheira, foi amiga e leal ao marido o tempo todo. Foi amável e cordial com todos que dela se aproximaram. Não há um único relato de episódio de arrogância ou desfeita feita por ela a alguém, como primeira-dama do país. A dona de casa que cuida do jardim, planta horta, se preocupa com a dieta do maridão e protege a família formou e forma, com Lula, um verdadeiro casal. Daqueles que, infelizmente, cada vez mais escasseiam.
Este é o meu reconhecimento ao papel muito bem desempenhado por Marisa Letícia Lula da Silva nesses oito anos. Tivesse dito tudo isso antes, eu seria chamada de bajuladora. Esperei-a deixar o poder para lhe fazer a Justiça que merece.
terça-feira, 8 de março de 2016
As minas na luta: Dilma Rousseff e a heroína do Crato
TER, 08/03/2016 - 12:58
ATUALIZADO EM 08/03/2016 - 14:20
Dilma Rousseff e a heroína do Crato
por Armando Rodrigues Coelho Neto
De onde vem tanta fibra, tanto brio senhora presidenta? Como sua história de luta já foi contada e recontada em muitos espaços, com muito mais brilho e detalhes, a minha contribuição aqui seria pouca, traria nada de novo, e só me restaria me desmanchar em elogios, o que poderia enveredar pela tietagem. Sobretudo num momento de crise, no qual outros valores falam mais alto.
Em razão disso, quero, nesse Dia Internacional da Mulher, fazer uma homenagem às mulheres através de sua pessoa. Mas, para essa homenagem à Comandante Máxima da Nação, convido o leitor a saber um pouco sobre Bárbara de Alencar, a primeira mulher prisioneira política.
Em nome dela, saúdo a Presidenta Dilma, em nome de quem cumprimento a mulher brasileira, todas as guerreiras desse mundo irmão, sobre os quais os vendilhões querem por cercas.
O papel histórico da mulher na formação da sociedade brasileira ainda é pouco estudado. Na primeira metade do século 19 uma matriarca pernambucana, valente, aguerrida, de fibra, participou ao lado dos filhos da revolução republicana do nordeste, em 1817. Por suas ideias ela foi humilhada e encarcerada. E, mal saiu da prisão voltou à luta
À época, ela tinha 53 anos e passou mais três jogada de uma prisão para outra. Segundo pesquisadores, permanecer na cidade do Crato seria um risco social. Transferida para Fortaleza, causou a mesma impressão e a solução foi mandá-la para Recife. A saída final seria encarcerá-la na cidade de Salvador, onde a população apoiava a monarquia e não aderiu aos movimentos libertários que ela defendia junto com os filhos.
A condição de mulher viúva e mãe nunca a afastou do burburinho político da época, convertendo-se em atuante militante, a ponto de, no dia 6 de maio de 1817, poder comemorar uma revolução vitoriosa com a tomada do forte das Cinco Pontas (Recife/PE).
O historiador Denis Bernardes, em entrevista ao programa De lá pra cá, produzido pela TV Brasil, a trata como heroína. “Todos que como ela se engajaram naquela luta têm a condição heróis da nação que desejavam implantar”, diz ele, não sem destacar que Bárbara tem um lugar especial. Além do mais, foi a primeira mulher prisioneira política de nossa história. Teve quatro filhos, todos revolucionários.
Tadeu de Alencar, Procurador Geral do estado de Pernambuco, no mesmo programa televisivo lamenta. “Infelizmente é uma ilustre conhecida em seu próprio estado, pois quem mais conhece Bárbara é o povo do Cariri (CE), por força da efervescência daqueles tempos”. Afinal, diz ele, desde cedo ela foi uma mulher de muita opinião. O pai Joaquim que era uma pessoa mais circunspecta e desde cedo percebeu seu brilho, entusiasmo, inteligência, ao mesmo tempo em que revelava talento para os trabalhos rurais.
Conheceu um português, Joaquim Gonçalves, que veio nessas levas que veio ao Brasil se aventurar, e, na prática, quebrando uma tradição de seu tempo, praticamente ela pediu o português em casamento. E, enquanto ele tomava conta de uma loja de tecidos, ela cuidava de uma fazenda na região do Crato (CE), mas sempre vigilante quanto a boa educação dos filhos, que foram estudar em Olinda (PE).
O seminário Nossa Senhora da Graça, em Olinda (PE), era uma usina de revolucionários, seguindo uma tradição libertária do próprio estado de Pernambuco. Aliás, uma efervescência que vinha desde os tempos de Bernardo Vieira de Melo, que em 1710, deu o primeiro grito de República no Brasil.
O engajamento de Bárbara teve muita influência da revolução de 1817, em Recife (PE), além da influência dos filhos, tomando parte em colóquios revolucionários. Nessa trilha, em 6 de março de 1817, a cidade do Recife se torna a primeira vila republicana. Um feito que implicou inclusive na elaboração de uma constituição.
No intenso burburinho recifense, o último dos seus filhos, José Martiniano, que também estudou em Olinda, foi para o Ceará para difundir os ideais revolucionários. Levou com ele parentes e revolucionários e acabaram por proclamar a cidade do Crato (CE) a primeira vila republicana, no dia 29 de abril de 1817, sob o ideário de libertação do julgo da Coroa Portuguesa. José Martiniano sobe ao púlpito da igreja do Cariri, proclama a república, vai até a câmara, incita os presentes, arranca a bandeira e vai para a casa de Bárbara Alencar, onde se dão as comemorações.
A república do Crato, porém, durou apenas oito dias e com o fracasso da revolução é obrigada a fugir do Crato, disfarçada de escrava, mas é presa no Rio do Peixe nas proximidades. Todos presos, entre eles Bárbara, são levados pelas ruas conduzidos em animais com os pés presos por baixo das barrigas dos cavalos. Expostos ao público como exemplos do mal, o povo é incitado a chamá-los de heréticos e traidores do rei.
Do Crato foram levados para a cidade de Fortaleza, onde permaneceram em condições insalubres e desumanas. “As comidas eram servidas em cochos como quem serviam porcos”, diz Tadeu Alencar.
Por conta dessas atividades, Bárbara ficou três anos presa e quando saiu voltou a fazer política novamente.
Segundo historiadores, parte do descontentamento ocorrido em Pernambuco teve a ver com a cobrança de impostos. Dom João VI investiu muito na cidade do Rio de Janeiro (sede da corte), e por questões de segurança resolveu melhorar a iluminação da cidade. Para fazer isso, começou a cobrar impostos sobre cada escravo que entrasse no Brasil. Pernambuco, então um dos maiores importadores de escravo, nessa condição, passou praticamente a pagar a iluminação da cidade do Rio de Janeiro, quando a cidade de Recife não tinha sequer postes de luz.
Em 1820, com a volta de Dom João a Portugal, Dom Pedro concede anistia, da qual Bárbara se beneficia e volta ao Crato. De pronto, dá início a uma luta na Justiça para reaver os bens que lhes foram confiscado pelos monarquistas. Não só, retoma a atividade política, avançando no novo momento político que é a Confederação do Equador, que representou o principal movimento contra o absolutismo do Brasil, já em 1824.
Mais sobre a heroína do Crato
Bárbara Pereira de Alencar Nasceu na fazenda Caiçara de propriedade de seu avô Leonel Alencar Rego. Patriarca da família Alencar, antiga freguesia de Cabrobó (atualmente Exu – PE). Viúva, participou de movimentos militares como a Revolução Pernambucana (1817) e da Confederação do Equador (1824). É considerada a primeira prisioneira política da História do Brasil. Combatia o absolutismo monárquico português e a influência das ideias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas.
Filha de Joaquim Pereira de Alencar e de Teodora Rodrigues da Conceição, casou-se (1782) com o capitão e comerciante português, José Gonçalves do Santos. Foi mãe de quatro filhos, entre eles os também revolucionários Tristão Gonçalves de Alencar Araripe (1789-1824) e José Martiniano Pereira de Alencar (1794-1860), este pai do famoso jornalista, político, romancista e dramaturgo brasileiro, o escritor José Martiniano de Alencar (1829-1877), e de uma filha apenas conhecida como Joaquina Maria de São José.
Conhecida como heroína do Crato, morreu viúva, aos 72 anos e sepultada no interior da pequena igreja de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Itaguá, a 10 quilômetros da sede de Campos Sales, Ceará.
Postumamente, séculos depois, tem recebido as devidas homenagens por suas lutas. Foi lançada pelo Centro Cultural Bárbara de Alencar (11/02/2005) a Medalha Bárbara de Alencar, para premiar anualmente, três mulheres, sempre no dia 11 de fevereiro, por suas ações junto a sociedade. O centro administrativo do Governo do Ceará foi batizado de Centro Administrativo Bárbara de Alencar. Também foi erigida uma estátua da heroína na Praça da Medianeira na Avenida Heráclito Graça próxima ao Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza.
Avó de José de Alencar
Barbara de Alencar foi a primeira presa política brasileira. Avó do escritor José de Alencar, ela e seus três filhos tomaram parte na Revolução Pernambucana de 1817, um movimento republicano e separatista, que durante quase dois meses manteve a independência de parte do nordeste brasileiro. A exemplo da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana foi brutalmente massacrada pela Coroa Portuguesa e vários de seus líderes foram executados.
Texto principal inspirado no vídeo do programa De lá pra cá, produzido pela TV Brasil, acessível no link –
Na segunda- feira bem
cedinho a mãe leva sua filha caçula a
unidade de Saúde do bairro para uma consulta ao pediatra.
Após o protocolo inicial, senta-se no corredor a espera da
vez.
Quando finalmente chega sua hora, adentra ao consultório e
constata que é uma doutora, e fica sabendo depois que o doutor Fernando fora
transferido para outra unidade; mas ante disso, cumprimenta a doutora, que lhe
pergunta olhando a ficha da garotinha: O que
a (....)tem senhora?
A mãe explica que:’’
Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o
apetite, teve febre de 37.8 no domingo a
tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’.
Ao que a doutora levando o olhar mais uma vez da mulher para
a menina interroga desta vez: Mas porque a senhora a trouxe?
Pacientemente a mulher repete o relato, tendo o cuidado de repetir palavra
por palavra, para não criar confusão: _’’
Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o
apetite, teve febre de 37.8 no domingo a
tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’!
Ao que novamente a doutora repete a mesma pergunta: _’’ Mas
porque a senhora a trouxe?’’
Um tanto desconfia da mas com uma ‘luzinha’ piscando em sua
mente, a mulher repete pela terceira vez
e mais cuidadosamente com as mesmas
palavras, e nesse momento já com quase certeza do que estava acontecendo ali :
_”’’ Ela está com episódios diarreicos
desde sábado doutora, diminuiu o apetite, teve
febre de 37.8 no domingo a tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao
dia’’!
Um tanto alarmada tentado imaginar no que aquilo ia terminar
ouve pela quarta vez a médica pediatra, que via pela primeira vez a mesma irritante pergunta: ‘’Eu quero saber é por que a senhora a
trouxe ao invés da mãe dela?
Pronto! Agora não restava nenhuma dúvida, afinal a mulher era negra e a criança de pele clara com uma
profusão de cachinhos dourados, e a doutora iniciara uma investigação propensa
a descobrir mais uma criança roubada sabe-se lá de onde!
Então a mulher responde: Eu a trouxe porque é minha obrigação cuidar da saúde
de meus filhos!
Mãe? Diz a médica
espantada como se tivesse levado um soco no estômago. A senhora tem
certeza de que é a mãe dela?
Bom, resultado dessa história, a mãe requisitou a presença
do gerente da unidade e da enfermeira que as acompanhou desde o pré-natal, pós-
parto até àquela data.
Se fosse o contrário imediatamente o questionamento dessa
médica seria a da adoção.
O que causa espécie é que vivendo num país cuja população a
mais de 500 anos é formada pela maior mistura de raças do mundo, ainda
deparamos com um profissional de saúde pagando uma gafe dessa diante de uma mãe
negra com um filho branco.
Acredito que ela tenha aprendido alguma lição com esse
episódio.
Esta história aconteceu comigo e minha filha caçula hoje uma belíssima moça,
mas não foi a primeira, pois com alguma diferença já havia ocorrido com os outros dois, o que me obrigava
a sempre carregar um pacote de documentos que pudesse comprovar a minha maternidade de filhos de
pele clara.
Na SEMANA INTERNACIONAL DA MULHER, deixo este relato, para a
reflexão de quem dela tomar conhecimento.
No século atual, devemos fazer um esforço cada vez maior
para derrubar as barreiras que temos alimentado com preconceitos e racismo cujos além de muito sofrimento nos
mantém em condição apequenada abaixo da condição dos irracionais! Negra,
branca, indígena, oriental, somos todas mulheres com os mesmos potenciais e a capacidade divina de sermos
mães, e mães de filhos maravilhosos!
História bem contada: Ditadura e as mulheres: de mãe e santa à bruxa e p...: 21/10/2009 unisinos Entrevista especial com Susel Oliveira Susel de Oliveira revela, nesta entrevista que concedeu à IHU On-Line ...(...)"E também mulheres como Rosalina Santa Cruz, Flávia Schilling, Nilce Azevedo Cardoso, Susana Lisboa, entre inúmeras outras que viveram os tempos sombrios da ditadura militar, inventado para além das capturas biopolíticas. Suas narrativas femininas, vale dizer, não lamentam o destino da revolução. São narrativas que privilegiam o devir revolucionário para Deleuze, o único capaz de conjurar a vergonha de ser um homem e responder ao intolerável em mulheres que permanecem empenhadas com o mundo até hoje. Mulheres que carecem de uma concordância feliz e natural com o mundo, para usar aqui uma expressão da Hannah Arendt. (...) ..."
Terceira Blogagem Coletiva - Dia Internacional da Mulher-2013
Minhas queridas, sabemos que de um modo geral, todas nós sabemos quem é Dilma Roussef, a mulher especial que escolhi para homenagear a todas nós, neste período em que o mundo se dá ao trabaoho de repensar o papel da mulher no mundo. Hoje, assisti uma dona de casa "surtar" pela pressão das obrigações domésticas etc, e tal. E a sua queixa era exatamente o sentimento de desvalorização pelo seu esforço contínuo em manter o lar em condições agradáveis aos familiares. É claro que eu a compreendi, e pesarosa, fiquei a pensar que seu dia foi muito difícil. E quando, reflito sobre a carga de responsabilidade que sofre a prefeita de minha cidade, a diretora da escola do bairro, a gerente da unidade de saúde também do bairro, e a mulher, mãe, avó, viúva que sustenta 7 netos órfãos cujos pais perderam a vida para as drogas, para a criminalidade. Não desprezamos o papel do homem; não, jamais. Mas não podemos deixar de ressaltar o papel daquela que até bem pouco tempo (levando-se em conta o período em que vivemos), era considerada um ser (vejam só) "Sem alma"; e que compunha junto aos gados, terras etc, o patrimônio do homem e seu senhor, fosse como esposa, ou filha, ou escarvas. Imaginar toda a história , toda a caminhada do personagem feminino nas civilizações, até a dia de hoje, é sim, motivo, mais do que justo, para se comemorar, refletir, e libertar-se de (ainda) inúmeras situações "escravizantes", debilitantes, as quais, as próprias mulheres se submetem. Mas falar sobre isso agora, seria desviar do meu propósito aqui, que é falar sobre a Mulher Dilma Roussef. Então, deixemos as reflexões acima, para uma outra ocasião. Falar do período em que eu mesma, vivia a fase doce da juventude, sonhando com personagens encantados das fotonovelas, ou das radio-novelas, ou dos filmes de cawbois, ou ainda dos romances da Biblioteca da Moças. Das doces horas com as amigas, para trocar amenidades, e marotagens com os garotos das nossas relações. fantasiar sonhos, doces sonhos com nossos príncipes encantados (E haja príncipes, né?), ao som dos músicos da "jovem guarda". Foi aí, exatamente nesta época, que outros jovens, tão jovens como nós, se embrenharam numa outra aventura, muito mais perigosa, cujos objetivos tinham amplitude infinitamente maior que os nossos sonhos de moçoilas de cidade interiorana.lá pras bandas das Minas Gerais. Não que não tivéssemos valores. Não. Isso não. Mas apenas para que possamos refletir traçando um paralelo entre as situações e suas consequências em nossas vidas hoje. Hoje que somos sessentonas, cada uma (as que sobreviveram até aqui, pelo menos),cada uma a seu modo, pode parar e fazer uma avaliação bem consciente de nossas vidas e do que, e do quanto pudemos contribuir, para o nosso país. Claro, que de uma forma ou de outra, todas nós demos o nosso contributo. Mas quantas de nós, se assemelharam a uma estudante universitária dos anos "rebeldes"? A Jovem Dilma, de olhar doce, fez outras escolhas, cujas consequências levaram a outras, e outras, e outras, até chegar onde chegou. Ou seja: A primeira mulher presidenta do nosso País.
Nosso povo é muito inteligente, e exigente também. Mas na mesma medida, perverso, e de memória curta, ou distraídos, se esquecendo de fatos históricos, que noutro país, seria motivo para venerar seus filhos patriotas. Vemos muitas sátiras, (algumas até bem inteligentes), muitos deboches, e críticas, (algumas com motivos razoáveis, outras estapafúrdias, de mentes alienadas, teleguiadas mesmo), quando, deveríamos, ter por essa mulher, o mais alto grau de respeito, se não pelo papel que investe, de Presidente do Brasil, mas pelo histórico de luta, resistência , perseverança, garra de quem sobreviveu ao regime políticos dos mais difíceis e cruéis que nosso país já promoveu.
Com os pais e irmãos
Creio que nem todos conheçam essa parte da história de nossa presidenta,e por isso, trago para cá, alguns relatos das violências sofridas por Dima nesse período, e pergunto a você que me leu até aqui; Quanto você suportaria sem capitular e abandonar toda a luta, diante de tanta tortura, tanto sofrimento?
"
Reportagem do EM que noticiou o julgamento em Juiz de Fora
(Dilma aparece no banco dos réus, no alto à direita)
Tortura psicológica
“Tinha muito esquema de tortura psicológica, ameaças. Eles
interrogavam assim: ‘Me dá o contato da organização com a polícia?’ Eles
queriam o concreto. ‘Você fica aqui pensando, daqui a pouco eu voltou e vamos
começar uma sessão de tortura.’ A pior coisa é esperar por tortura.”
Ameaças
“Depois (vinham) as ameaças: ‘Eu vou esquecer a mão em você.
Você vai ficar deformada e ninguém vai te querer. Ninguém vai saber que você
está aqui.
Você vai virar um ‘presunto’ e ninguém vai saber’. Em São Paulo me
ameaçaram de fuzilamento e fizeram a encenação. Em Minas não lembro, pois os
lugares se confundem um pouco.”
sequelas
“Acho que nenhum de nós consegue explicar a sequela: a gente
sempre vai ser diferente. No caso específico da época, acho que ajudou o fato
de sermos mais novos; agora, ser mais novo tem uma desvantagem: o impacto é
muito grande.
Vencendo um Câncer
Mesmo que a gente consiga suportar a vida melhor quando se é
jovem, fisicamente, a médio prazo, o efeito na gente é maior por sermos mais
jovens. Quando se tem 20 anos o efeito é mais profundo, no entanto, é mais
fácil aguentar no imediato.”
Sozinha na cela
“Dentro da Barão de Mesquita (RJ), ninguém via ninguém.
Havia um buraquinho na porta, por onde se acendia cigarro. Na Oban (Operação
Bandeirantes), as mulheres ficavam junto às celas de tortura.
Em Minas sempre
ficava sozinha, exceto quando fui a julgamento, quando fiquei com a Terezinha.
Na ida e na vinda todas as mulheres presas no Tiradentes sabiam que eu estava
presa: por exemplo, Maria Celeste Martins e Idoina de Souza Rangel, de São
Paulo.”
Visita da mãe
“Em Minas, estava
sozinha. Não via gente. (A solidão) era parte integrante da tortura. Mas a
minha mãe me visitava às vezes, porém, não nos piores momentos. Minha mãe sabia
que estava presa, mas eles não a deixavam me ver. Mas a doutora Rosa Maria
Cardoso da Cunha, advogada, me viu em São Paulo, logo após a minha chegada de
Minas. Hoje ela mora no Rio e posso contatá-la ”
Cena da bomba
“Em Minas, fiquei só com a Terezinha. Uma bomba foi jogada
na nossa cela. Voltei em janeiro de 72 para Juiz de Fora (nunca me levaram para
BH). Quando voltei para o julgamento, me colocaram numa cela, na 4ª Cia. de
Polícia do Exército, 4ª Região Militar, lá apareceu outra vez o Dops que me
interrogava. Mas foi um interrogatório bem mais leve. Fiquei esperando o julgamento lá dentro.”
Frio de cão
“Um dia, a gente estava nessa cela, sem vidro. Um frio de
cão. Eis que entra uma bomba de gás lacrimogênio, pois estavam treinando lá
fora. Eu e Terezinha ficamos queimadas nas mucosas e fomos para o hospital.
Tive o
‘prazer’ de conhecer o comandante general Sílvio Frota, que
posteriormente me colocaria na lista dos infiltrados no poder público, me
levando a perder o emprego.”
Motivos
“Quando eu tinha
hemorragia, na primeira vez foi na Oban (…) foi uma hemorragia de útero. Me
deram uma injeção e disseram para não bater naquele dia. Em Minas, quando
comecei a ter hemorragia, chamaram alguém que me deu comprimido e depois
injeção. Mas me davam choque elétrico e depois paravam. Acho que tem registros
disso no final da minha prisão, pois fiz um tratamento no Hospital das
Clínicas.”
Morte e solidão
“Fiquei presa três anos. O estresse é feroz, inimaginável.
Descobri, pela primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão.
Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente o
resto da vida.”
Marcas da tortura
“As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim.”
A TORTURA DE ESTELA CONTADA POR DILMA » Processo correu à
revelia
Sandra Kiefer
O depoimento de Dilma Rousseff é parte do processo aberto em
março de 2001 no Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG),
criado por determinação do então governador Itamar Franco para indenizar presos
políticos mineiros.
O nome de Dilma foi o 12º da primeira leva de 53 militantes
políticos de Minas a receber R$ 30 mil a título de reparação por torturas
impostas por agentes do Estado, que, em vez de cumprir a função de proteger, constrangeram
pessoas em território mineiro. Na documentação, consta que o valor, ainda que
simbólico, foi depositado na conta de Dilma em 2002.
atrocidades
cometidas”,
Robson Sávio, ex-presidente da Comissão Estadual de
Indenização às Vítimas de Tortura, que ouviu Dilma em 2001
Era outro contexto na época. Ninguém imaginava que a arredia
Dilma Rousseff se disporia a conceder um depoimento pessoal relatando as
torturas sofridas em Minas.
E mais: ninguém cogitaria que a ex-estudante do
Colégio Estadual Central de Belo Horizonte viria a se tornar um dia presidente
da República.
A indenização mineira foi paga em março de 2002, 10 anos e dois meses antes da instalação da
Comissão Nacional da Verdade, em Brasília. Só agora saiu a indenização a Dilma
pelo Conedh do Rio de Janeiro, reivindicada em 2004. A presidente divulgou que
vai doar a importância de R$ 20 mil ao Tortura Nunca Mais.
O promotor de Justiça de Juiz de Fora Antônio Aurélio Silva
foi o relator do processo de Dilma por Minas, na ocasião. Avesso a entrevistas,
diz apenas que o processo correu à revelia de Dilma, que inicialmente resistiu
a entrar com pedido de reparação por ter sofrido tortura. Sua inscrição foi
feita sob pressão de representantes mineiros do Tortura Nunca Mais. Eles
conseguiram colher a assinatura da mãe dela, Dilma Jane, que morava então no
Bairro São Luiz, na Região da Pampulha, em BH.
"No primeiro momento Dilma foi contra, mas depois
entendeu a importância histórica do ato e acabou colaborando no processo",
afirma. Antônio Aurélio se recorda que os membros do conselho foram ao Rio
Grande do Sul coletar depoimentos de ex-presos políticos mineiros “exilados”
naquele estado, mas não tinham esperanças de conseguir ouvir a então secretária
das Minas e Energia.
Visitando um amigo moribundo, Ex- Vice Presidente José de Alencar
Na última hora, Dilma teria mudado de ideia. Segundo o
promotor, "o fato de Dilma ter sido torturada mais barbaramente em outras
unidades da federação não elide a ela desse merecimento, porque Dilma também
foi vítima de constrangimentos aqui", defende.
Com o aval de Itamar, preocupado com a questão dos direitos
humanos, foram criados programas que tiveram continuidade, como o Programa de
Proteção a Testemunhas e o Disque Direitos Humanos. No entanto, na opinião do
antigo integrante da Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura
(Ceivt) Robson Sávio, que ouviu Dilma em
2001, o então governador só se esqueceu de fornecer infraestrutura ao Conselho
Estadual de Direitos Humanos. "Eu me sentia numa missão quixotesca",
diz Robson.
Ainda hoje a comissão sofre com a precariedade das
instalações no Maletta. Só conta com o apoio de voluntários e a boa vontade de
jovens estagiários. "Meu maior sonho é digitalizar o passado de nossos
militantes históricos, que está jogado nestas caixas de papelão", desabafa
o presidente do Conedh-MG, o advogado e professor da PUC Minas, Emílcio José
Lacerda.
"Há pouco interesse pelos nossos processos. Na época da
última eleição à presidência, porém, tentaram ter acesso aos arquivos da Dilma.
Mas tiveram azar, porque um dos nossos conselheiros levou o processo dela para
casa e permaneceu com ele até o fim da campanha", comenta o professor,
fiel aos princípios éticos e guardião de uma causa maior.
A TORTURA DE ESTELA CONTADA POR DILMA » Nem os amigos sabiam
- Sandra Kiefer
O episódio da tortura de Dilma em Minas permaneceu
desconhecido até entre os próprios militantes estudantis de esquerda de Belo
Horizonte, acusados de subversão na época da ditadura pós 1964. “Não sabia que
ela tinha sido torturada em Juiz de Fora”, surpreende-se Gilberto Vasconcelos,
o Ivo", presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito de
Uberaba e principal contato da organização Colina na cidade do Triângulo
Mineiro. Em janeiro de 1972, Gilberto foi transferido de São Paulo para Juiz de
Fora com Dilma, no mesmo camburão. "Não posso testemunhar sobre a tortura
de Dilma em Juiz de Fora, porque chegando lá fomos separados e não tive mais
contato com ela. Só voltaria a vê-la no dia do julgamento", completa.
Gilberto é conterrâneo de Dilma. Na época, ela tinha 22 anos
e ele, 23; e ambos militavam no setor estudantil da organização de luta armada
Colina, batizada assim em homenagem às montanhas de Minas. Mais tarde, na
clandestinidade, os dois se tornariam "amicíssimos" de Carlos Alberto
Soares de Freitas, o Beto, de codinome Breno, que chegaria a ser dirigente
nacional da VAR-Palmares. "Não há melhor lugar para se esconder do que na
praia. Ficávamos eu, ela e o Beto sentados na praia, cantando as músicas da
revolução. Um dia chegou o Beto cantando Aquele abraço, do (Gilberto) Gil, que
eu nunca tinha ouvido. Dilma cantou junto. Ela gosta de cantar e isso nos unia
além das convicções ideológicas", conta.
Em fevereiro de 1971, Beto seria assassinado com três tiros na Casa da Morte
de Petrópolis, no Rio, segundo consta no livro A vida quer é coragem, lançado
em janeiro por Ricardo Amaral, conhecido como Batata, ex-assessor de imprensa
de Dilma e que trabalhou em BH como repórter do antigo Diário do Comércio. Em
homenagem ao amigo de lutas, Gilberto batizou seus filhos de Beto e Breno, nome
e codinome do militante morto em combate.
A TORTURA DE ESTELA CONTADA POR DILMA » Entrevista
Como foi sua passagem por São Paulo?
Eu já estava no Presídio Tiradentes. Uns seis meses depois,
chegou o Max, codinome do Carlos Franklin Paixão Araújo, pai da filha de Dilma.
Nós ficamos presos na mesma cela, no mesmo beliche, durante um ano e meio. O
Max se comunicava com ela através de bilhetinhos escritos com caneta Bic de
ponta fina e enrolados no durex, escondidos na obturação do dente. O dentista
era um preso político e fazia a troca dos papeizinhos entre a ala feminina e a
masculina. Ele era de fato apaixonado pela Dilma e os dois se gostavam mesmo.
E quanto à jovem militante Dilma?
Não estou cometendo nenhuma inconfidência, pois os dois são
grandes amigos até hoje, isto é notório. Max sempre foi um cara extraordinário,
de raciocínio rápido. Engraçado como as pessoas mudam pouco com o tempo. Estive
com Max no casamento da Paula, em Porto Alegre, e ele continua do mesmo jeito.
Dilma também. Ela estava cercada de amigos e me tirou para dançar na festa.
Apesar de ter uma imagem que não reflete isso, é uma pessoa sensível,
carinhosa, afável e uma das pessoas mais generosas que conheço. Muito antes de
ela se tornar ministra, de ser presidente, sempre disse isso.
Por que o senhor diz isso com tanta convicção? Algum fato do
passado marcou?
Basta dizer que ela havia sido presa em16 de janeiro de 1970
e tinha ponto (encontro) marcado comigo no dia 20 e não me entregou. Precisa
dizer mais? Ela estava sob tortura e não falou o meu nome para a polícia. Ainda
que ela tivesse confessado, eu não teria como recriminá-la, porque a tortura
degrada o ser humano, torna você um trapo, você passa a preferir estar morto.
Por que os militantes históricos de Minas resistem a
reconhecer a importância de Dilma em BH?
É uma questão de contextualizar as coisas. No movimento
estudantil em BH, Dilma era uma militante estudantil como outra qualquer, que
nem chegou a ser presidente de diretórios. Quem era mais importante do que nós
era o Galeno (Cláudio Galeno), o primeiro marido dela. Mas depois ela foi para
o Rio e passou a ganhar relevância até chegar a coordenadora da VAR-Palmares em
São Paulo, com toda a organização sob o comando dela. Naquela época, Dilma já
era uma pessoa diferenciada, como aliás continua sendo até hoje.
Estado de Minas
17/06/2012
Fonte deste artigo na Net Fonte (...)Na análise de Fahid é uma vergonha para o país ter concedido
anistia os torturadores. “É um crime contra a humanidade”. Fahid destaca uma
questão: “Se os rapazes e as moças que pegaram em armas não têm vergonha de
dizer que fizeram isso e têm até orgulho, por que os militares tentam esconder
que houve tortura?”. O próprio advogado responde: “Os militares têm um
verdadeiro horror de que a família deles descubra o passado. Que ele pegou uma
pessoa subjugada para impor humilhações e torturas. A pena deles é a própria
consciência”.
Quem também confirma as torturas praticadas em Juiz de Fora
é outro advogado membro da Comissão da Verdade da OAB-MG, Carlos Augusto Cateb,
que fez a defesa de diversos integrantes do Comando de Libertação Nacional
(Colina), grupo da presidente Dilma Rousseff. “Houve tortura em Juiz de Fora.
Eu mesmo portei vários bilhetes que narravam as atrocidades cometidas”,(...)
Na integra: Advogados confirmam tor turade dilam Roussef
* É claro que isso é um resumão de toda a história trágica de nossa presidente, cuja coragem e perceverança no que acreditava a levou ao patamar mais alto do governo de um país, cuja aceitação popularchegou em dezembro de 2012 a 89%
A Vida Quer é Coragem - a Trajetória de Dilma Rousseff - a Primeira Presidenta do Brasil- Ricardo Batista Amaral.
E é por isso tudo, que este ano, minha homenageada é Dilma Roussef a primeira presidenta do nosso Brasil!
Com o neto
Dilma e a Prefeita de minha cidade Darcy Vera , juntas hoje 06/03/2013
Não importa o tamanho da luta. Nasceu para a VITÓRIA!