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domingo, 21 de maio de 2017

Respeito, Uma via de mão dupla

Se você NÃO respeita a mulher, da vida dos outros, como quer COBRAR respeito às mulheres da sua vida?

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Entro no ônibus com um velho amigo; me sento no  local  atras do motorista e meu amigo se sentou de frente para mim e para os demais passageiros. Em poucos minutos, vejo-o perpassar os olhos pela sua 'plateia', dá um sorriso e  atira, como se  fosse para mim, mas num volume perfeitamente audível  por cada passageiro:
''... Duas loiras conversando...''
E eu: Epa! Pare já!
Ele insiste:  ''...Duas negras...'
E eu;  Ou você muda isso, ou então fique calado!

De costa,eu sentia na nunca os olhares dos passageiros; a maldita piada ficaria presa no ar e na imaginação dos presentes, e eu furiosa com meu amigo, que não perde a mania de  'platéia'!

Descemos do ônibus, daí a uns poucos minutos e, ao atravessarmos uma rua adjacente a uma rotatória, tivemos que enfrentar uma motorista que não sinalizou sua intenção de virar a esquerda, e com as mãos, sinalizei para ela a confusão que me provocara;
Ao passar por nós, ela atirou um 'Me desculpe'' pela janela e acenei aceitando. enquanto meu amigo que acabara de lascar  um "Tinha que ser uma vaca...!''
Percebendo imediatamente ter acionado novamente minha reação , engasgava , tentando dar validade a sua fala, só se calando quando lhe disse:
_"Você é capaz de matar com as próprias mãos alguém que desrespeite uma de suas filhas, mas não pensa um segundo pra chamar as filhas dos outros de adjetivos pejorativos e ofensivos;
Ou você respeita todas as mulheres da sua vida nas outras, ou é um grandessíssimo  falso e cretino!
Ou você respeita a todos os seres humanos, ou na verdade não respeitas nem mesmo a você!

quinta-feira, 9 de março de 2017

A Mulher e o Crack


O crack e a mulher

Fonte: Jornal de Brasília, edição de 14 de agosto de 2012, terça-feira.
Conforme recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas viciadas em crack no Brasil ultrapassa a impressionante marca de um milhão de usuários. Especialistas em saúde comparam a epidemia da aids na África à do crack em nosso país. Outro dado alarmante é a média de idade dos que o experimentam pela primeira vez: 13 anos. Contudo, engana-se quem acha que somente as camadas da sociedade em situação de pobreza estão à mercê desse perigo mortal. A droga também se faz presente nas classes sociais mais abastadas de modo devastador.
O desastroso abalo físico e mental provocado pela pedra de crack é disparado na primeira ocasião em que se acende o cachimbo artesanal — poderia se dizer infernal —, pois não arruína apenas a vida do usuário, mas a de toda a família. A ilusória sensação de bem-estar e de euforia fica tragicamente evidenciada pela progressiva degradação do corpo e da Alma dos dependentes.
Segundo a dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), "no início da entrada do crack no Brasil, mais precisamente em São Paulo/SP, o perfil do usuário era do sexo masculino. A presença de mulheres era pontual, algo raro. No princípio da década de 2000, começamos a receber indicativos e informações dos próprios usuários de que as mulheres aderiram à cultura do uso do crack".
Vivian R. Ferreira
Dra. Solange Nappo
Em entrevista ao programa "Sociedade Solidária", transmitido pela Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), a dra. Solange comentou que o fato de a mulher transformar-se em consumidora do entorpecente mudou toda a dinâmica do vício. "O usuário masculino tornou-se, em geral, um transgressor. Ele rouba para comprar a pedra. Não é um profissional do crime. Diante disso, com sua inexperiência, é facilmente preso e acaba criando um problema para o tráfico, que perde um cliente em potencial, na maioria das vezes já devedor da droga que consome. Quando a mulher é inserida no submundo do crack, ela passa a ser linha de frente, pois o risco de ser presa é bem menor. Ao invés de roubar, ela vai vender o seu corpo", explicou.
Para agravar a situação, a mulher, ao se prostituir a fim de conseguir a droga, vira foco de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HIV.
Sobre isso, esclareceu a dra. Solange: "Uma mulher que faz programa por conta da compulsão pela droga o faz sem proteção, a qualquer hora e em qualquer lugar. Não fica num local aguardando que alguém passe. Ela vai em busca desse parceiro na tentativa de que ele, rapidamente, lhe dê o dinheiro que lhe possibilitará comprar a pedra de crack. Sem falar das que ficam grávidas sem nenhuma estrutura para ser mãe. Essa situação de vulnerabilidade traz para a mulher complicações físicas, psíquicas e orgânicas de todos os tipos. Quando a mulher entra nessa cultura, traz com ela um problema social enorme. De um grupo de 80 mulheres que entrevistamos, pelo menos 40% delas eram portadoras do HIV".
Grato, dra. Solange, pelas elucidações. É uma triste realidade que não pode ser ignorada. Além das imprescindíveis políticas públicas de combate ao crack, urge fortalecer, com a Espiritualidade Ecumênica, os valores da Família. É nela que se encontra a solução de muitos problemas que hoje afligem a Humanidade.
SOBRE O AUTOR.: !José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem "o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno".!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Marisa Letícia Lula da Silva, Legítima Bela Recatada e do Lar, sem dúvida!




Por Bia Lula, em seu Facebook

Quem conheceu Marisa sabe que ela era "osso duro de roer". Não se deixava abater tão fácil por nada, era mulher de fibra, forte como poucas que conheço.
Marisa foi uma mulher que admiro, e bato palmas.
Marisa foi a base para que meu Avô, o grande Luiz Inácio, pudesse chegar aonde chegou. Vocês podem ter certeza, sem ela, o caminho seria MUITO mais difícil do que foi e muito mais doloroso.
Marisa ficou ao lado do meu avô em TODOS os momentos. Aguentou prisão, aguentou perseguição, aguentou a vida sindical, aguentou câncer, aguentou presidência da república (não deve ser fácil ser mulher do Presidente da República, né?!), aguentou mais perseguição, aguentou gente invadindo sua casa e carregando tudo o que via pela frente, aguentou xingamentos, aguentou muita coisa, e olha.. Apesar de tudo isso, ela não se deixava abater, não se permitia deixar abater. Talvez fosse para dar suporte ao meu avô, talvez fosse para não perder a banca de durona.. Não sei.. Só sei que Marisa era dura na queda.
Lembro de um dia, com toda a confusão de perseguição política que estamos vivendo, encontramos com meu Avô e minha mãe pergunta: "Pai, como ta a Marisa? Achei ela tão abatida." Ele riu e falou algo do tipo: "Se eu falar que você falou isso dela, ela vai querer te mandar para aquele lugar e vai dizer que está ótima!"
Marisa não era minha Avó. Mas Marisa foi a mulher que meu avô escolheu para viver e ser sua companheira para o resto da vida. Com toda a certeza, foi uma das melhores escolhas do meu avô, mais companheira que ela eu desconheço.
Marisa, era uma militante ímpar, costurou a primeira bandeira do PT, fez sua casa sede do partido, e foi assim que tudo começou para nós militantes. Sem a compreensão de Marisa, sem sua postura, sem seu companheirismo a luta seria muito mais dura, mais difícil.
Neste momento de dor e luto para todos nós da família, só tenho a agradecer por tudo, que Marisa fez pela minha família, pelo meu avô. Agradecer por tudo que ela fez pelo meu partido. E por tudo que ela representou para o país.
Marisa parte desse mundo, com a certeza, de que sem ela, muita coisa seria impossível. Que o universo, Os Deuses, te recebam de braços abertos, e que nos deem força para seguir em frente e dar suporte para Luiz Inácio.
Analua vai chegar e não vai conhecer a grande companheira que seu bisavô teve. Mas vou contar sobre você, sobre tudo o que você representou.
Vá em paz, grande Mulher!
Marisa Letícia, PRESENTE! (Hoje e sempre)
#ForçaLula

domingo, 29 de janeiro de 2017

MARISA LETÍCIA (por Frei Betto (*))


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MARISA LETÍCIA (por Frei Betto (*))

Se há uma mulher que não pode ser considerada mero adereço do marido é Marisa Letícia Lula da Silva. Conta a fábula que, tendo sido coroado, o rei nomeou para o palácio um lenhador que, na infância, fora seu companheiro de passeios pelo bosque. Surpreso, o pobre homem escusou-se frente à tão inesperada deferência, alegando que mal sabia ler e não possuía nenhuma ciência que justificasse sua presença entre os conselheiros do reino. “Quero-o junto a mim – disse o rei – porque preciso de alguém que me diga a verdade”. 
Marisa não tem a vocação política de Lula, mas sua aguçada sensibilidade funciona como um radar que lhe permite captar o âmago das pessoas e discernir as variáveis de cada situação. Por isso, é capaz de dizer a Lula verdades que o ajudam a não se afastar de sua origem popular nem ceder ao mito que se cria em torno dele. A simplicidade talvez seja o predicado que ela mais admira nas pessoas. 
Nascida em São Bernardo do Campo, numa família de pequenos sitiantes, ela guarda a firmeza de caráter de seus antepassados italianos. Comedida nas palavras, a ponto de preferir não dar entrevistas, não faz rodeios quando se trata de dizer o que pensa, doa a quem doer. Por isso não pode ser incluída entre as tietes do marido. Nos palanques, prefere ficar atrás e não ao lado de Lula. A admiração recíproca que os une não impede que, ao vê-lo retornar de uma maratona de reuniões, às 3 da madrugada, ela o convoque para criticar o desempenho dele numa entrevista na TV ou compartilhar decisões domésticas. Marisa é, com certeza, a única pessoa que, no cara a cara, não corre o risco de se deixar enredar pela lógica política do marido. Defensora intransigente de seu próprio espaço, não chega a ser o tipo de esposa que compete com o parceiro. Sabe que seus papéis são diferentes e complementares. Mas ninguém é aceito na intimidade dos Silva sem passar pelo crivo dela, que sabe distinguir muito bem quem são os amigos do casal e quem são os amigos de Lula. 
Tanto quanto Lula, Marisa conhece as dificuldades da vida. Décima filha de Antônio João Casa e Regina Rocco Casa, cresceu vendo o pai carregar a charrete de verduras e legumes que ele plantava e vendia no mercado. Se o sítio era pequeno, suficiente para assegurar a precária subsistência da família de onze filhos, o coração dos Casa era grande o bastante para acolher os necessitados. Dona Regineta – como era tratada sua mãe – ficou conhecida como benzedora em São Bernardo do Campo pois, na falta de médicos e de recursos, muitas pessoas a procuravam, especialmente quem padecia de bronquite. 
A filha estudou até a 7ª série. Ainda criança, viu-se obrigada a conciliar a escola com o trabalho, empregando-se como babá na casa de um sobrinho de Portinari. Aos 13 anos de idade, tornou-se operária na fábrica de chocolates Dulcora. Do setor de embalagem Marisa foi promovida a coordenadora de seção antes de, aos 20 anos, trocar a Dulcora por um cargo na área de educação da prefeitura de São Bernardo do Campo, onde trabalhou enquanto solteira. 
Em 1970, ela se casou com Marcos Cláudio dos Santos, motorista de caminhão. Seis meses depois, ele morreu assassinado, quando dirigia o táxi do pai, deixando Marisa grávida do filho Marcos, que Lula considera seu primogênito. Em 1973, ao recorrer ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo para obter um pecúlio deixado pelo marido, Marisa conheceu Lula. De fato, foi paquerada dentro de um verdadeiro cerco estratégico montado pelo presidente do sindicato, que ouvira falar de uma “lourinha muito bonita” que andava por ali. Lula tentou convencê-la de que também era viúvo, sem que a moça acreditasse, até ver o documento que ele, de propósito, deixara cair no chão. A primeira mulher de Lula, Maria de Lourdes, morrera em 1971, com o filho que trazia no ventre, em consequência de uma hepatite mal curada. Em maio de 1974, Lula e Marisa se casaram. Da união nasceram os irmãos de Marcos: Fábio, Sandro e Luís Cláudio. 
Nos primeiros anos de casada, Marisa não gostava de política. O progressivo comprometimento de Lula com atividades sindicais alterava a rotina da casa. Obrigada a levantar cedo para despachar as crianças para a escola, ela esperava o marido regressar de reuniões que se prolongavam madrugada adentro. No fogão, a comida pronta para ser requentada, já que Lula prefere não comer em restaurantes. 
Depois de deitar os filhos, ela acompanhava as telenovelas sem entusiasmo. E, com razão, se queixava da difícil tarefa de atender a mais de cem telefonemas por dia, muitas vezes sem conseguir convencer os interlocutores de que ela não controla a agenda do marido, não sabe se ele poderá ou não participar de um evento em Porto Alegre ou no Recife e, muito menos, o que ele pensa do último pronunciamento do ministro da Fazenda. 
Em abril de 1980, ela passou pela prova de fogo, quando Lula esteve preso no DEOPS de São Paulo, devido à greve de 41 dias. Preocupada com a segurança dele, sempre fez questão de abrir a porta quando estranhos batiam, evitando expor o marido. No mesmo ano, fez o curso de Introdução à Política Brasileira, promovido pela Pastoral Operária de São Bernardo do Campo. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, abriu sua casa para as reuniões do núcleo petista que se organizara no bairro Assunção, onde moravam. O engajamento da mulher levou Lula a participar mais diretamente das tarefas domésticas. Mas é ela quem cuida das finanças da casa. 
Dela depende também a logística pessoal de Lula, cujas roupas é ela quem compra geralmente. Como ele costuma andar de bolsos vazios, sequer trazendo consigo a carteira de identidade, da bolsa de Marisa surgem o talão de cheques e a caneta com a qual Lula dá autógrafos. Durante as campanhas presidenciais, Marisa sempre levava, nas viagens, uma coleção de camisas para que, após cada comício, ele pudesse trocá-las. 
Embora Marisa prefira, em política, o papel de assessora mais íntima do marido e não goste de fazer discursos e nem mesmo ser o centro das atenções, ela não dispensa a oportunidade de participar de conversas políticas. Seja qual for o interlocutor, Lula jamais pede a Marisa que se retire, exceto para buscar um café. No fogão, ela prefere o trivial: arroz, feijão, bife e salada de alface com tomate, embora o seu prato predileto seja camarões e um bom copo de vinho. O cardápio especial fica por conta do marido que, de italiano, só tem o apetite: espaguete a carbonara. Para quem chega, há sempre uma xícara de café. Sair sem aceitá-la é considerado quase uma ofensa. E ela se compraz em ler toda a correspondência que o marido recebe nos comícios, bem como em distribuir estrelinhas do Partido às crianças. 
Devota do Sagrado Coração de Jesus, cuja folhinha jamais dispensa, essa ex-Filha de Maria tem, como Lula, a impressão de que Deus comanda os seus passos. Mas, por curiosidade, gosta de ler seu horóscopo nos jornais. 
Habilidosa na arte do silk-screen, Marisa fez a primeira bandeira do PT, num tecido vermelho trazido da Itália. Em 1981, montou em casa uma pequena oficina para estampar camisetas com símbolos do Partido, inclusive criações de Henfil. Para a campanha de Lula a deputado federal, em 1986, ela chegou a estampar cerca de vinte mil camisetas, vendidas para angariar fundos. Ciosa de sua privacidade familiar vira uma fera quando a imprensa tenta entrar pela porta de sua casa ou incluir seus filhos no noticiário. Em tais situações, só o cuidado das plantas é capaz de acalmá-la. 
Desprovida de vaidade, Marisa se veste pelo figurino do bom gosto, evitando a sofisticação. Compra a roupa que lhe agrada, sem conferir a etiqueta. Ela sempre foi sua própria manicure e pedicure. Avessa a protocolos, gosta mesmo é de ficar entre amigos, cercada de muita planta e água, em qualquer lugar em que os filhos possam se divertir, livres das normas de segurança. Um bom jogo de buraco, o papo solto, o marido de bermudas ao seu lado e o telefone desligado – é o que basta para deixá-la em paz. 

* Frei Betto é escritor, autor do romance policial “Hotel Brasil” (Rocco), entre outros livros.

terça-feira, 8 de março de 2016






As minas na luta: Dilma Rousseff e a heroína do Crato
TER, 08/03/2016 - 12:58
ATUALIZADO EM 08/03/2016 - 14:20


Dilma Rousseff e a heroína do Crato

por Armando Rodrigues Coelho Neto

De onde vem tanta fibra, tanto brio senhora presidenta? Como sua história de luta já foi contada e recontada em muitos espaços, com muito mais brilho e detalhes, a minha contribuição aqui seria pouca, traria nada de novo, e só me restaria me desmanchar em elogios, o que poderia enveredar pela tietagem. Sobretudo num momento de crise, no qual outros valores falam mais alto.

Em razão disso, quero, nesse Dia Internacional da Mulher, fazer uma homenagem às mulheres através de sua pessoa. Mas, para essa homenagem à Comandante Máxima da Nação, convido o leitor a saber um pouco sobre Bárbara de Alencar, a primeira mulher prisioneira política.

Em nome dela, saúdo a Presidenta Dilma, em nome de quem cumprimento a mulher brasileira, todas as guerreiras desse mundo irmão, sobre os quais os vendilhões querem por cercas.

O papel histórico da mulher na formação da sociedade brasileira ainda é pouco estudado. Na primeira metade do século 19 uma matriarca pernambucana, valente, aguerrida, de fibra, participou ao lado dos filhos da revolução republicana do nordeste, em 1817. Por suas ideias ela foi humilhada e encarcerada. E, mal saiu da prisão voltou à luta

À época, ela tinha 53 anos e passou mais três jogada de uma prisão para outra. Segundo pesquisadores, permanecer na cidade do Crato seria um risco social. Transferida para Fortaleza, causou a mesma impressão e a solução foi mandá-la para Recife. A saída final seria encarcerá-la na cidade de Salvador, onde a população apoiava a monarquia e não aderiu aos movimentos libertários que ela defendia junto com os filhos.

A condição de mulher viúva e mãe nunca a afastou do burburinho político da época, convertendo-se em atuante militante, a ponto de, no dia 6 de maio de 1817, poder comemorar uma revolução vitoriosa com a tomada do forte das Cinco Pontas (Recife/PE).

O historiador Denis Bernardes, em entrevista ao programa De lá pra cá, produzido pela TV Brasil, a trata como heroína. “Todos que como ela se engajaram naquela luta têm a condição heróis da nação que desejavam implantar”, diz ele, não sem destacar que Bárbara tem um lugar especial. Além do mais, foi a primeira mulher prisioneira política de nossa história. Teve quatro filhos, todos revolucionários.

Tadeu de Alencar, Procurador Geral do estado de Pernambuco, no mesmo programa televisivo lamenta. “Infelizmente é uma ilustre conhecida em seu próprio estado, pois quem mais conhece Bárbara é o povo do Cariri (CE), por força da efervescência daqueles tempos”. Afinal, diz ele, desde cedo ela foi uma mulher de muita opinião. O pai Joaquim que era uma pessoa mais circunspecta e desde cedo percebeu seu brilho, entusiasmo, inteligência, ao mesmo tempo em que revelava talento para os trabalhos rurais.

Conheceu um português, Joaquim Gonçalves, que veio nessas levas que veio ao Brasil se aventurar, e, na prática, quebrando uma tradição de seu tempo, praticamente ela pediu o português em casamento. E, enquanto ele tomava conta de uma loja de tecidos, ela cuidava de uma fazenda na região do Crato (CE), mas sempre vigilante quanto a boa educação dos filhos, que foram estudar em Olinda (PE).

O seminário Nossa Senhora da Graça, em Olinda (PE), era uma usina de revolucionários, seguindo uma tradição libertária do próprio estado de Pernambuco. Aliás, uma efervescência que vinha desde os tempos de Bernardo Vieira de Melo, que em 1710, deu o primeiro grito de República no Brasil.

O engajamento de Bárbara teve muita influência da revolução de 1817, em Recife (PE), além da influência dos filhos, tomando parte em colóquios revolucionários. Nessa trilha, em 6 de março de 1817, a cidade do Recife se torna a primeira vila republicana. Um feito que implicou inclusive na elaboração de uma constituição.

No intenso burburinho recifense, o último dos seus filhos, José Martiniano, que também estudou em Olinda, foi para o Ceará para difundir os ideais revolucionários. Levou com ele parentes e revolucionários e acabaram por proclamar a cidade do Crato (CE) a primeira vila republicana, no dia 29 de abril de 1817, sob o ideário de libertação do julgo da Coroa Portuguesa. José Martiniano sobe ao púlpito da igreja do Cariri, proclama a república, vai até a câmara, incita os presentes, arranca a bandeira e vai para a casa de Bárbara Alencar, onde se dão as comemorações.

A república do Crato, porém, durou apenas oito dias e com o fracasso da revolução é obrigada a fugir do Crato, disfarçada de escrava, mas é presa no Rio do Peixe nas proximidades. Todos presos, entre eles Bárbara, são levados pelas ruas conduzidos em animais com os pés presos por baixo das barrigas dos cavalos. Expostos ao público como exemplos do mal, o povo é incitado a chamá-los de heréticos e traidores do rei.

Do Crato foram levados para a cidade de Fortaleza, onde permaneceram em condições insalubres e desumanas. “As comidas eram servidas em cochos como quem serviam porcos”, diz Tadeu Alencar.

Por conta dessas atividades, Bárbara ficou três anos presa e quando saiu voltou a fazer política novamente.

Segundo historiadores, parte do descontentamento ocorrido em Pernambuco teve a ver com a cobrança de impostos. Dom João VI investiu muito na cidade do Rio de Janeiro (sede da corte), e por questões de segurança resolveu melhorar a iluminação da cidade. Para fazer isso, começou a cobrar impostos sobre cada escravo que entrasse no Brasil. Pernambuco, então um dos maiores importadores de escravo, nessa condição, passou praticamente a pagar a iluminação da cidade do Rio de Janeiro, quando a cidade de Recife não tinha sequer postes de luz.

Em 1820, com a volta de Dom João a Portugal, Dom Pedro concede anistia, da qual Bárbara se beneficia e volta ao Crato. De pronto, dá início a uma luta na Justiça para reaver os bens que lhes foram confiscado pelos monarquistas. Não só, retoma a atividade política, avançando no novo momento político que é a Confederação do Equador, que representou o principal movimento contra o absolutismo do Brasil, já em 1824.

Mais sobre a heroína do Crato

Bárbara Pereira de Alencar Nasceu na fazenda Caiçara de propriedade de seu avô Leonel Alencar Rego. Patriarca da família Alencar, antiga freguesia de Cabrobó (atualmente Exu – PE). Viúva, participou de movimentos militares como a Revolução Pernambucana (1817) e da Confederação do Equador (1824). É considerada a primeira prisioneira política da História do Brasil. Combatia o absolutismo monárquico português e a influência das ideias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas.

Filha de Joaquim Pereira de Alencar e de Teodora Rodrigues da Conceição, casou-se (1782) com o capitão e comerciante português, José Gonçalves do Santos. Foi mãe de quatro filhos, entre eles os também revolucionários Tristão Gonçalves de Alencar Araripe (1789-1824) e José Martiniano Pereira de Alencar (1794-1860), este pai do famoso jornalista, político, romancista e dramaturgo brasileiro, o escritor José Martiniano de Alencar (1829-1877), e de uma filha apenas conhecida como Joaquina Maria de São José.

Conhecida como heroína do Crato, morreu viúva, aos 72 anos e sepultada no interior da pequena igreja de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Itaguá, a 10 quilômetros da sede de Campos Sales, Ceará.

Postumamente, séculos depois, tem recebido as devidas homenagens por suas lutas. Foi lançada pelo Centro Cultural Bárbara de Alencar (11/02/2005) a Medalha Bárbara de Alencar, para premiar anualmente, três mulheres, sempre no dia 11 de fevereiro, por suas ações junto a sociedade. O centro administrativo do Governo do Ceará foi batizado de Centro Administrativo Bárbara de Alencar. Também foi erigida uma estátua da heroína na Praça da Medianeira na Avenida Heráclito Graça próxima ao Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza.

Avó de José de Alencar

Barbara de Alencar foi a primeira presa política brasileira. Avó do escritor José de Alencar, ela e seus três filhos tomaram parte na Revolução Pernambucana de 1817, um movimento republicano e separatista, que durante quase dois meses manteve a independência de parte do nordeste brasileiro. A exemplo da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana foi brutalmente massacrada pela Coroa Portuguesa e vários de seus líderes foram executados.

Texto principal inspirado no vídeo do programa De lá pra cá, produzido pela TV Brasil, acessível no link –
ORIGEM DESTE ARTIGO Assista também os vídeos.

Dramas da Maternidade e a Miscigenação

Imagem retirada da  Net


Dramas da Maternidade e a  Miscigenação

Na  segunda- feira bem cedinho a  mãe leva sua filha caçula a unidade de Saúde do bairro para uma consulta ao  pediatra.
Após o protocolo inicial, senta-se no corredor a espera da vez.
Quando finalmente chega sua hora, adentra ao consultório e constata que é uma doutora, e fica sabendo depois que o doutor Fernando fora transferido para outra unidade; mas ante disso, cumprimenta a doutora, que lhe pergunta olhando a ficha da garotinha: O que  a (....)tem senhora?
A mãe explica que:’’  Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o apetite, teve  febre de 37.8 no domingo a tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’.
Ao que a doutora levando o olhar mais uma vez da mulher para a menina interroga desta vez: Mas porque a senhora a trouxe?
Pacientemente a mulher  repete  o relato, tendo o cuidado de repetir palavra por palavra, para não criar confusão: _’’  Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o apetite, teve  febre de 37.8 no domingo a tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’!
Ao que novamente a doutora repete a mesma pergunta: _’’ Mas porque a senhora a trouxe?’’
Um tanto desconfia da mas com uma ‘luzinha’ piscando em sua mente, a mulher  repete pela terceira vez e mais cuidadosamente  com as mesmas palavras, e nesse momento já com quase certeza do que estava acontecendo ali : _”’’  Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o apetite, teve  febre de 37.8 no domingo a tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’!
Um tanto alarmada tentado imaginar no que aquilo ia terminar ouve pela quarta vez a médica pediatra, que via pela primeira vez  a mesma irritante pergunta:  ‘’Eu quero saber é por que a senhora a trouxe  ao invés da mãe dela?
Pronto! Agora não restava nenhuma dúvida, afinal a mulher  era negra e a criança de pele clara com uma profusão de cachinhos dourados, e a doutora iniciara uma investigação propensa a descobrir mais uma criança roubada sabe-se lá de onde!
Então a mulher responde: Eu a trouxe  porque é minha obrigação cuidar da saúde de  meus filhos!
Mãe? Diz a médica  espantada como se tivesse levado um soco no estômago. A senhora tem certeza de que é a mãe dela?
Bom, resultado dessa história, a mãe requisitou a presença do gerente da unidade e da enfermeira que as acompanhou desde o pré-natal, pós- parto até àquela data.

Se fosse o contrário imediatamente o questionamento dessa médica seria a da adoção.
O que causa espécie é que vivendo num país cuja população a mais de 500 anos é formada pela maior mistura de raças do mundo, ainda deparamos com um profissional de saúde pagando uma gafe dessa diante de uma mãe negra  com um filho branco.
Acredito que ela tenha aprendido alguma lição com esse episódio.
Esta história aconteceu comigo e  minha filha caçula hoje uma belíssima moça, mas não foi a primeira, pois com alguma diferença já havia  ocorrido com os outros dois, o que me obrigava a sempre carregar um pacote de documentos que pudesse  comprovar a minha maternidade de filhos de pele clara.
Na SEMANA INTERNACIONAL DA MULHER, deixo este relato, para a reflexão de quem dela tomar conhecimento.
No século atual, devemos fazer um esforço cada vez maior para derrubar as barreiras que temos alimentado com preconceitos  e racismo cujos além de muito sofrimento nos mantém em condição apequenada abaixo da condição dos irracionais! Negra, branca, indígena, oriental, somos todas mulheres com os mesmos  potenciais e a capacidade divina de sermos mães, e mães de filhos maravilhosos!