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Dramas da Maternidade e a Miscigenação
Na segunda- feira bem
cedinho a mãe leva sua filha caçula a
unidade de Saúde do bairro para uma consulta ao pediatra.
Após o protocolo inicial, senta-se no corredor a espera da
vez.
Quando finalmente chega sua hora, adentra ao consultório e
constata que é uma doutora, e fica sabendo depois que o doutor Fernando fora
transferido para outra unidade; mas ante disso, cumprimenta a doutora, que lhe
pergunta olhando a ficha da garotinha: O que
a (....)tem senhora?
A mãe explica que:’’
Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o
apetite, teve febre de 37.8 no domingo a
tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’.
Ao que a doutora levando o olhar mais uma vez da mulher para
a menina interroga desta vez: Mas porque a senhora a trouxe?
Pacientemente a mulher repete o relato, tendo o cuidado de repetir palavra
por palavra, para não criar confusão: _’’
Ela está com episódios diarreicos desde sábado doutora, diminuiu o
apetite, teve febre de 37.8 no domingo a
tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao dia’’!
Ao que novamente a doutora repete a mesma pergunta: _’’ Mas
porque a senhora a trouxe?’’
Um tanto desconfia da mas com uma ‘luzinha’ piscando em sua
mente, a mulher repete pela terceira vez
e mais cuidadosamente com as mesmas
palavras, e nesse momento já com quase certeza do que estava acontecendo ali :
_”’’ Ela está com episódios diarreicos
desde sábado doutora, diminuiu o apetite, teve
febre de 37.8 no domingo a tarde, e tem evacuado mais de cinco vezes ao
dia’’!
Um tanto alarmada tentado imaginar no que aquilo ia terminar
ouve pela quarta vez a médica pediatra, que via pela primeira vez a mesma irritante pergunta: ‘’Eu quero saber é por que a senhora a
trouxe ao invés da mãe dela?
Pronto! Agora não restava nenhuma dúvida, afinal a mulher era negra e a criança de pele clara com uma
profusão de cachinhos dourados, e a doutora iniciara uma investigação propensa
a descobrir mais uma criança roubada sabe-se lá de onde!
Então a mulher responde: Eu a trouxe porque é minha obrigação cuidar da saúde
de meus filhos!
Mãe? Diz a médica
espantada como se tivesse levado um soco no estômago. A senhora tem
certeza de que é a mãe dela?
Bom, resultado dessa história, a mãe requisitou a presença
do gerente da unidade e da enfermeira que as acompanhou desde o pré-natal, pós-
parto até àquela data.
Se fosse o contrário imediatamente o questionamento dessa
médica seria a da adoção.
O que causa espécie é que vivendo num país cuja população a
mais de 500 anos é formada pela maior mistura de raças do mundo, ainda
deparamos com um profissional de saúde pagando uma gafe dessa diante de uma mãe
negra com um filho branco.
Acredito que ela tenha aprendido alguma lição com esse
episódio.
Esta história aconteceu comigo e minha filha caçula hoje uma belíssima moça,
mas não foi a primeira, pois com alguma diferença já havia ocorrido com os outros dois, o que me obrigava
a sempre carregar um pacote de documentos que pudesse comprovar a minha maternidade de filhos de
pele clara.
Na SEMANA INTERNACIONAL DA MULHER, deixo este relato, para a
reflexão de quem dela tomar conhecimento.
No século atual, devemos fazer um esforço cada vez maior
para derrubar as barreiras que temos alimentado com preconceitos e racismo cujos além de muito sofrimento nos
mantém em condição apequenada abaixo da condição dos irracionais! Negra,
branca, indígena, oriental, somos todas mulheres com os mesmos potenciais e a capacidade divina de sermos
mães, e mães de filhos maravilhosos!
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