domingo, 22 de março de 2015

Água, um bem finito

Gestores da água

Recentemente, Brasília foi confirmada como cidade sede do Fórum Mundial da Água de 2018.

 E no sábado, 22 de março, celebramos o Dia Mundial da Água.


Discutir sobre o líquido sustentador da vida e se o utilizamos de modo sensato é na atualidade
 uma pauta indispensável. 
O Brasil, de forma geral, pode se considerar privilegiado, como declarou o 
dr. Paulo Lopes Varella Neto, diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA). 
Ele explica: "Nós somos o país que mais dispõe de água doce no mundo, e 12% dela é gerada
em território nacional. Mas, se considerarmos a água que vem de outros países e que por aqui 
passa e, portanto, está disponível para uso, dispomos de aproximadamente 18% da água doce 
na Terra". Contudo, a questão é conseguir administrar bem essa fartura, a fim de atender às
 necessidades de todos. Apesar de abundante em certas regiões, ela é escassa em outras. 
Um ponto igualmente relevante é o cuidado que devemos ter para não degradar os recursos 
hídricos.
                                       



INTEGRADOR GEOGRÁFICO E GEOPOLÍTICO

O dr. Paulo Varella, que é hidrogeólogo, trouxe-nos um exemplo
 interessante:
 "Como a água carrega no seu sabor, na sua cor, no seu cheiro a memória
 dos territórios por onde passa, ela é um integrador geográfico. 
E, como também não respeita limites de Estados, nem mesmo de países, 
ela é um integrador geopolítico. De maneira que vi, há pouco tempo, ao visitar uma 
determinada
 instalação nos Estados Unidos, uma frase que me chamou a atenção e agradou:
 ‘No mundo da água estamos todos ajudantes’. O que quer dizer o seguinte: 
temos responsabilidades de que a água que passa por nós, a que usamos,
afetará a outros que estão mais abaixo. E a água que estamos usando certamente já passou 
por alguém que estava águas mais acima".

                                    



Falando ao Portal Boa Vontade, comentou: "O esforço que a Agência Nacional de Águas faz, que 
o governo faz, que os comitês de bacias fazem, tem como motor a posição individual de 
cada um de nós. Os maiores gestores de água do planeta somos nós.
 Se cada um tomar consciência disso,
 tudo pode mudar. Temos que passar de observadores para atores dentro desse processo.
 E é na forma como se vai colocar o lixo, como vai tomar o banho, lavar o carro, e assim por 
diante, que a gente pode realmente dar uma contribuição (...)" .
                                                  

Ao informar-nos do reconhecimento alcançado pelo nosso país no mundo por seu modelo de
 gestão da água, não deixou de expor também os imensos desafios que enfrentamos:
 "Neste momento mesmo estamos com uma grande cheia na Amazônia; uma seca histórica em 
São Paulo; uma seca que se repete, que é sistêmica, e está muito forte no nordeste do Brasil,
 no semiárido. Então, apesar de toda a riqueza que possuímos, realmente a gente tem que se
 preocupar em encarar a questão do gerenciamento desse recurso".

Valendo-se do Dia Mundial da Água, o entrevistado desejou ainda ressaltar:
 "Que entendamos a água como um grande vetor de progresso, e os usos múltiplos são 
absolutamente cruciais para que possamos ter um desenvolvimento sustentável.
 E termino dizendo da importância que acredito seja o papel de cada um de nós enquanto 
— vamos chamar — minigestores, mas num conjunto de grandes gestores dessa água".

Agradeço ao dr. Paulo Lopes Varella suas esclarecedoras palavras. Aliás, com satisfação, 
soube que é um frequentador do Templo da Boa Vontade e possui destacada Fé na
 Espiritualidade Maior. 

Fonte: =Artigos de José de Paiva Neto (Diretor presidente da Legião da Boa Vontade -LBV)

Nenhum comentário: