sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Imprensa deplorável coloca em cheque a credibilidade da nossa Saúde Pública



Senhor Editor,

Solicito retificação das mentiras publicadas na edição de hoje, em matéria de conteúdo sensacionalista e inverídico a respeito da assistência em pediatria em nossa cidade.

Das nove Unidades Básicas mencionadas, todas tem oferta de consultas em pediatria para os próximos quatro dias úteis e seis delas tem oferta de consulta para hoje.

As Unidades de Pronto Atendimento, que se destinam preferencialmente aos atendimentos de urgência e emergência, oferecem consultas em pediatria 24 horas por dia, sete dias por semana, na UPA e na UBDS Vila Virgínia. A oferta nas demais depende das dimensões da demanda registrada e da disponibilidade de profissionais. Não se justifica manter uma equipe médica composta de três profissionais em regime de tempo contínuo se não houver demanda a ser atendida. É o que ocorre nos finais de semana, quando diminui a procura de nossos serviços de urgência de Pediatria, sendo suficiente a oferta existente. Sabe-se, e isto só é novidade para o jornal "A Cidade" quando quer denegrir a autoridade pública, que há escassez de médicos Pediatras em todo o Brasil. Sugiro que o jornal verifique como está a cobertura de plantões nos serviços privados da cidade. Sugiro que verifique nas instituições de ensino local como está o interesse de médicos em formação pela carreira de Pediatria. Trata-se de uma crise de mercado de trabalho, provocada pela falta de planejamento e pela falta de incentivo do aparelho formador, que direciona seus alunos para a ilusão das super especialidades em detrimento da formação básica para a realidade do trabalho médico. A Prefeitura Municipal de Saúde de Ribeirão Preto realizou concursos nos últimos anos, inclusive em 2015, havendo atualmente lista de aprovados válida, com chamamentos regulares para composição das escalas de trabalho. Realizou também processo seletivo para contratação de plantonistas de Pediatria, para que a cobertura das escalas seja feita de modo adequado e garanta a continuidade da assistência.

Esclareço que o menino Luiz Gabriel (e não Luis, como grafa erroneamente o jornal), 6 anos, foi atendido vinte e nove vezes na rede pública municipal apenas neste ano de 2015. Desses atendimentos, dez foram consultas médicas, uma média de mais de uma consulta por mês.



 Gabriel, felizmente, é um menino saudável, tem um desenvolvimento neurológico, psíquico e motor adequado para sua idade. Será que com dez consultas médicas e vinte e nove atendimentos de saúde, estaria sendo negado a ele o direito constitucional? Será que algum convênio médico autorizaria mais de uma consulta por mês durante nove meses seguidos para uma pessoal saudável?
 

Será que o direito à saúde é o direito à banalização dos serviços públicos de saúde?

Confesso:  Ribeirão Preto (nem cidade nenhuma do mundo) jamais terá pediatras em número suficiente para realizar mais de uma consulta médica por mês para crianças sadias ao longo de meses, anos. 

Quando teremos uma imprensa séria, uma imprensa sóbria, uma imprensa que sirva à cidadania?



























































É deplorável que o jornal adote a mentira e a mistificação em lugar da informação completa e de qualidade para que seus leitores formem opinião por conta própria. O jornal tenta impor ao leitor sua opinião ideologicamente enviesada. Um desrespeito.





Orientamos os senhores pais e as senhoras mães que o Pronto Atendimento destina-se às urgências e emergências pediátricas. O seguimento em puericultura e o tratamento de doenças crônicas da criança devem ser realizados nas Unidades Básicas e nas Unidades de Saúde da Família.

Com os meus pêsames pelo péssimo jornalismo da edição de hoje,

Atenciosamente,

stenio

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