Francisco Costa III
EXERCÍCIO DE LÓGICA
As neurociências já deixaram claro que os humanos, como todos os demais animais, têm um padrão de comportamento instintivo, automático e previsível, acima do aprendido, fora das religiões, do nível cultural, de escolaridade e dos hábitos sociais (a primeira delas é negar isso).
Quando alguém nos é antipático, adversário ou prejudicial aos nossos interesses, estabelecemos uma guerra psicológica, onde vale tudo, para neutralizar esse alguém: a calúnia, a fofoca, a maledicência... Onde os seus defeitos são frisados, de maneira exagerada, e suas virtudes são subestimadas ou ocultadas.
Esse comportamento varia de pessoa para pessoa, na intensidade e na freqüência, e não no ser assim ou deixar de ser assim. Somos todos assim.
Mas, por ser um comportamento comum e previsível, é questionável.
Por mais que alguém denigra alguém, fica sempre a dúvida se os defeitos apontados são do denegrido ou de quem denegriu, da vítima da fofoca ou do fofoqueiro, se o dito reflete a verdade ou é uma calúnia.
De uma pessoa posso dizer que é desonesta, ladra, que subtrai o bem alheio, não é correta, tem maus hábitos... Mas em algum momento quem ouviu isso de mim vai duvidar, vai questionar do porque das minhas acusações, com que interesses as faço (os mais inteligentes, mais perspicazes, mais psicologicamente maduros questionarão primeiro).
Só há uma maneira de sermos taxativos, sem deixar margens para dúvidas, evitando que respingue em nós a lama que lançamos sobre o próximo: provando, dando dados concretos, de preferência materiais, de que o que afirmo é verdadeiro.
Examinemos um personagem: Luis Inácio Lula da Silva.
Como qualquer ser humano, Lula é rico em defeitos e virtudes.
Seus correligionários, fãs, admiradores, amigos, companheiros... Dividem-se em dois grupos: os que só vêem as virtudes e os que vendo virtudes e defeitos, não discutem os defeitos, ou só o fazem entre os seus iguais, de mesma opinião.
Já os seus adversários políticos, discordantes das suas posições e iniciativas só vêem os defeitos, ou vendo defeitos e virtudes, não discutem as virtudes, no máximo só as comentam entre os de mesma opinião.
Até aqui comportamentos normais, típicos, dentro das nossas escalas de valores, e que funciona até quando nos comportamos em relação aos nossos amigos íntimos e parentes, deixando as críticas aos que nos são caros para serem confidenciadas só aos íntimos e confiáveis.
A anormalidade, apontando desvio de caráter, revelando que o acusador é que de posse dos defeitos que aponta no acusado, começa quando atribuímos só valores positivos ou só negativos a alguém.
Assim, os que ultrapassaram a condição de correligionários, companheiros, amigos, fãs... E se tornaram tietes, exageram as virtudes e anulam os defeitos, defendendo cegamente, em vã tentativa de sacralizar o profano, de fazer santo ou deus o que mais não é que humano.
Do outro lado, os que ultrapassaram a condição de adversários políticos, discordantes, e alçaram-se inimigos, com missão única: destruir o que os frustra pela simples existência, por existir.
E aí a injúria, a calúnia, a difamação, a fofoca... Mais dizendo dos injuriadores, caluniadores, difamadores que do caluniado, difamado, injuriado, vítima das fofocas.
E aí Lula é ladrão, chefe de quadrilha, malversador de fundos públicos, desonesto, cínico, oculta bens, lava dinheiro, pai de ladrões, ilusionista de incautos... Tietes ao contrário, demonizando, fazendo demoníaco o que mais não é que humano.
Que dos equivocados, que acreditam na dignidade de beatificação de Lula, as provas materiais, para que não se mostrem desequilibrados mentais em culto à personalidade.
Que dos acusadores, que acreditam no Lula um bandido, as provas materiais, para que não se mostrem bandidos, atribuindo a outrem o que em si habita.
Por favor, as listas contendo o nome de Lula como beneficiário de propinas, os números das contas bancárias, secretas ou não, com os respectivos saldos, as propriedades em seu nome, no de parentes próximos ou laranjas, em nome de offshores em paraísos fiscais, comprovadamente, as provas de que Lula estava em outro local no momento que ocorreram as palestras alegadas por ele.
O grande sonho, e necessidade, da direita brasileira é tornar Lula inelegível, prendendo-o.
Tudo o que está sendo dito, todas as acusações, só passarão da condição de calúnias, injúrias e difamações, fofocas, no momento em que surgir a primeira prova concreta, material, insofismável, inquestionável.
Joaquim Barbosa buscou, a Polícia Federal continua buscando, Sérgio Moro busca, os serviços de inteligência norte-americanos buscam... E quanto mais vasculham, mais têm que esconder os nomes dos correligionários e amigos dos que investigam, que aparecem com abundantes provas dos delitos alegados a Lula.
Como afirmou o poeta Caetano Veloso, “Narciso odeia tudo o que não é espelho”, tudo o que o desmistifica e desmitifica, fazendo-o sentir-se menor, em inútil e ridícula tentativa de destruir o que julga maior, ou melhor.
Lula sobreviverá porque o estão buscando no espelho, que só mostra os que o buscam.
Quando alguém nos é antipático, adversário ou prejudicial aos nossos interesses, estabelecemos uma guerra psicológica, onde vale tudo, para neutralizar esse alguém: a calúnia, a fofoca, a maledicência... Onde os seus defeitos são frisados, de maneira exagerada, e suas virtudes são subestimadas ou ocultadas.
Esse comportamento varia de pessoa para pessoa, na intensidade e na freqüência, e não no ser assim ou deixar de ser assim. Somos todos assim.
Mas, por ser um comportamento comum e previsível, é questionável.
Por mais que alguém denigra alguém, fica sempre a dúvida se os defeitos apontados são do denegrido ou de quem denegriu, da vítima da fofoca ou do fofoqueiro, se o dito reflete a verdade ou é uma calúnia.
De uma pessoa posso dizer que é desonesta, ladra, que subtrai o bem alheio, não é correta, tem maus hábitos... Mas em algum momento quem ouviu isso de mim vai duvidar, vai questionar do porque das minhas acusações, com que interesses as faço (os mais inteligentes, mais perspicazes, mais psicologicamente maduros questionarão primeiro).
Só há uma maneira de sermos taxativos, sem deixar margens para dúvidas, evitando que respingue em nós a lama que lançamos sobre o próximo: provando, dando dados concretos, de preferência materiais, de que o que afirmo é verdadeiro.
Examinemos um personagem: Luis Inácio Lula da Silva.
Como qualquer ser humano, Lula é rico em defeitos e virtudes.
Seus correligionários, fãs, admiradores, amigos, companheiros... Dividem-se em dois grupos: os que só vêem as virtudes e os que vendo virtudes e defeitos, não discutem os defeitos, ou só o fazem entre os seus iguais, de mesma opinião.
Já os seus adversários políticos, discordantes das suas posições e iniciativas só vêem os defeitos, ou vendo defeitos e virtudes, não discutem as virtudes, no máximo só as comentam entre os de mesma opinião.
Até aqui comportamentos normais, típicos, dentro das nossas escalas de valores, e que funciona até quando nos comportamos em relação aos nossos amigos íntimos e parentes, deixando as críticas aos que nos são caros para serem confidenciadas só aos íntimos e confiáveis.
A anormalidade, apontando desvio de caráter, revelando que o acusador é que de posse dos defeitos que aponta no acusado, começa quando atribuímos só valores positivos ou só negativos a alguém.
Assim, os que ultrapassaram a condição de correligionários, companheiros, amigos, fãs... E se tornaram tietes, exageram as virtudes e anulam os defeitos, defendendo cegamente, em vã tentativa de sacralizar o profano, de fazer santo ou deus o que mais não é que humano.
Do outro lado, os que ultrapassaram a condição de adversários políticos, discordantes, e alçaram-se inimigos, com missão única: destruir o que os frustra pela simples existência, por existir.
E aí a injúria, a calúnia, a difamação, a fofoca... Mais dizendo dos injuriadores, caluniadores, difamadores que do caluniado, difamado, injuriado, vítima das fofocas.
E aí Lula é ladrão, chefe de quadrilha, malversador de fundos públicos, desonesto, cínico, oculta bens, lava dinheiro, pai de ladrões, ilusionista de incautos... Tietes ao contrário, demonizando, fazendo demoníaco o que mais não é que humano.
Que dos equivocados, que acreditam na dignidade de beatificação de Lula, as provas materiais, para que não se mostrem desequilibrados mentais em culto à personalidade.
Que dos acusadores, que acreditam no Lula um bandido, as provas materiais, para que não se mostrem bandidos, atribuindo a outrem o que em si habita.
Por favor, as listas contendo o nome de Lula como beneficiário de propinas, os números das contas bancárias, secretas ou não, com os respectivos saldos, as propriedades em seu nome, no de parentes próximos ou laranjas, em nome de offshores em paraísos fiscais, comprovadamente, as provas de que Lula estava em outro local no momento que ocorreram as palestras alegadas por ele.
O grande sonho, e necessidade, da direita brasileira é tornar Lula inelegível, prendendo-o.
Tudo o que está sendo dito, todas as acusações, só passarão da condição de calúnias, injúrias e difamações, fofocas, no momento em que surgir a primeira prova concreta, material, insofismável, inquestionável.
Joaquim Barbosa buscou, a Polícia Federal continua buscando, Sérgio Moro busca, os serviços de inteligência norte-americanos buscam... E quanto mais vasculham, mais têm que esconder os nomes dos correligionários e amigos dos que investigam, que aparecem com abundantes provas dos delitos alegados a Lula.
Como afirmou o poeta Caetano Veloso, “Narciso odeia tudo o que não é espelho”, tudo o que o desmistifica e desmitifica, fazendo-o sentir-se menor, em inútil e ridícula tentativa de destruir o que julga maior, ou melhor.
Lula sobreviverá porque o estão buscando no espelho, que só mostra os que o buscam.
Francisco Costa
Rio, 16/10/2016.
Rio, 16/10/2016.
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