A chorar durante a missa
A chorar durante a missa
Acabei de desligar o telefone a um colega que me marcou com a sua conversa. Primeiro disse-me que não devia andar bom. Ao que eu perguntei Porquê. A sua resposta fez-se esperar, como se a estivesse a conter. Trocámos mais três ou quatro dedos de conversa antes de voltar ao assunto. Não ando bom, repetiu. Então não é que na missa de há pouco, a missa do Sagrado Coração de Jesus, a determinada altura dei por mim a chorar! Ele fez ponto de exclamação e eu também. Ao que perguntei de novo Porquê. Pensei para os meus botões que ou andaria cansado, ou teria preocupações grandes, ou tinha acontecido algo grave, ou alguém estava muito mal, ou estava frustrado com a vida de padre. Em apenas uns cinco segundos, não queiram saber o que me passou pela cabeça. Por isso, qual não foi o meu espanto quando o meu colega me diz que, durante a celebração da missa, se tinha emocionado por sentir que tem Alguém que o ama muito, e muito além do que consegue amar. Sem me deixar respirar, continuou. Eu não sou merecedor do Amor de Deus. Mas este amor é tão grande, tão grande, que ainda nos faz sentir mais pequeninos na nossa forma de amar. E já não é a primeira vez que deixo cair umas lágrimas no meio da missa ao pensar nestas coisas, ao pensar na forma como Deus me ama. Emociono-me e nem sequer sei como agradecer-Lhe o Amor que me tem.
Fiquei quase sem reação. E ainda dizia que não andava bom. Tomara eu. Tomáramos nós, padres, que as nossas eucaristias nos fizessem sentir o mesmo. Era destes padres que as nossas eucaristias precisavam. Não a chorar. Mas a sentir verdadeiramente o amor de Deus.
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