A cada novo crime hediondo, as redes sociais lotam de scraps como acima, conclamando a sociedade para uma reação, visando a diminuição da maioridade penal, para que assim se possa punir legitimamente seus autores.
Clamam até pela pena de morte, e convidam os usuários a compartilhar suas ideias encharcadas de ódio.,, revolta, incoformação e medo.
Qualquer pessoa de Bem e menos atenta, compartilha sem refleção mais cuidadosa, pois seu lado bom, não lhe permite compactuar com o contrário.
Então sem titubear compartilham.
Porém, há que se parar e refletir profundamente sobre o que está acontecendo a nossa volta.
Com os nossos jovens, com nossas crianças, e com os nossos adolescente.
Ao mesmo tempo, existe um clamor público suplicando a melhoria da educação, e a valorização dos professores.
Isso me leva a recordar uma reportagem da CBN, com o escritor e educador ( Arnaldo Jabor ), onde ele comenta que as nossas escolas hoje formam bandidos mirins, e brinca com a expressão
'Grade Escolar', fazendo uma analogia com o significado da palavra grade, e a falta de liberdade existente no mundo educuacional quanto a questçao da liberdade para o aprendisado nas escolas.
"Quando se coloca um projeto educativo numa grade, está-se segundo ele, limitanto a capacidade de pensar e desenvolver a inteligencia do educando. Já que educação é infinita, há que se abrir horizontes para tal, e não limitá-los numa grade.
Ao se formar um indivíduo, visando a formação de um cidadão, necessário se faz pensar com maior amplitude, porque, o que vemos hoje, são crianças e jovens desmotivados, com os programas educacionais, que não os envolvem, de tão desinteressantes que são. O mundo inteiro mudou; nossas crianças hoje, já nascem requisitando mudanças. Porém o que recebem são programas ultrapassados, fornecidos por educadores deseducados, despreparados, desmotivados,desencantados, enfermos, sofrendo síndromes do pânico, estressados, amedrontados, infelizes.
Como esperar positividades , bons resultados,do trabalho desses coitados?
Do outro lado dos muros escolares, encontramos os policiais, na mesma situação. Ou seja: Homens e mulheres, que por mais vocação que tenham alimentado suas decisões profissionais, estão em igualdade de condições humanas e psicológicas da dos professores. E o terceiro grupo dessa questão, estão os pais e avós. Famílias, mal estruturadas, mal orientadas, mal capacitadas para orientar seus filhos, e mal assistidas pelos serviços sociais existentes, que também é 'coxo', porque mal formados, mal preparados, mal estruturados, mal assistidos. O idealismo, que entendo, como a veia propulsora dos bons profissionais, foram desmerecidas, e deixadas de lado. de cada trinta alunos formados , um está ali pelo ideal; o restante, por outras opções, que em nada beneficiará o estudante quando formado no cumprimento ético e moral da profissão que escolheu. E se não há amor pelo que se faz, certamente não teremos bons resultados, pois é o amor que mover o homem para os ideais no Bem. E como se isso não bastasse, há as burocracias acéfalas que ditam normas conflitantes, que no final apenas servem para emperrar a máquina e consumir os recursos financeiros destinados à educação, porém sem beneficiar uma só criatura; Isso sem entrar no mérito da corrupção política.
Com tudo isso, fica difícil compartilhar qualquer aclamação pública que evidencie coisas como Pena de Morte, e Maioridade Penal, sem antes propor um pouco mais de reflexão a respeito; mesmo porque, somos todos resposáveis por todos os resultados sociais. Inclusive os crimes.
Condenar a morte, diminuir a idade criminal, é apenas esconder debaixo do tapete, uma série enorme de erros do passado de uma sociedade, que ainda não consegue se enxergar no outro. É tapar os olhos e ignorar, o valor do sulfrágio público (voto), o significado de DEMOCRACIA, e sobretudo, ignorar o valor da voz pública. Se vamos nos levantar, para corrigir, há que se fazer a coisa direito, e não maquiar, a custa de mais sangue, e geralmente do pobre e do negro.
Sangue que manchará nossas próprias mãos, pois que cada um passará a ser o verdugo, o juiz e carrasco que acionará a guilhotina, ceifando vidas a título de justiça. Eu não quero essa justiça!
É um grande engano, achar que acabando com a vida de um criminoso, por pior que seja, estaremos eliminando um problema. Pelo contrário, cada crime cometido por ele, recairá sobre nossos ombros, porque nos tornaremos exatamente iguais a ele, se não piores, visto termos como 'movel', um falso conceito de justiça. Isso sem falar nas falhas humanas, que pode nos levar a suprimir a vida de inocentes. E quantos, a história não tem registrado?
Somos responsáveis pelos que educamos ou punimos.
Pena de morte nos tornariam idênticos aos réus, nos tornariam verdugos, e carrascos tão hediondos quantos nossas 'vítimas', além de nos tornar criminosos perante a Lei Divina.
PENA DE MORTE NÃO!
Mas que a lei deveria ser revista com muita seriedade não resta dúvida.
Para isso há que rever nossa educação.
Ninguém desconhece a frase : Educa o menino e corrigirá o homem de amanhã.
Esses adolescentes por mais ignorantes que sejam, sabem muito bem a diferença entre o certo e o errado. O bem e o mal. Então cabe as autoridades constituídas tomarem decisões que de fato possam fazer algum sentido. Porque pelos exemplos que estamos vendo até agora. Não temos como alimentar esperança. Vivemos numa democracia manca, onde o Código Civil, caducou, adquiriu Alzaimmer, Escleroses múltiplas, Demência, e agoniza intermitente. Está a décadas na U.T.I., aguardando Eutanásia.
Aí vem o Código dos Direitos da Criança e adolescente, que maroto inverteu os polos da coisa, engana o tempo todo através dos Direitos Humanos, que é parcial e deficientemente aplicado.
Por tudo isso, não posso compartilhar. Para termos mudanças há que começar pela causa e não pelas consequências. Essa turminha dos horrores que anda vitimizando cidadãos 'inocentes', é o resultado de mais de um séculos de maus senadores, deputados , governos e juizes corruptos e corruptores. Que só chegaram no poder visando bens pessoais e usando a pobresa como matéria que mobiliza votos. E por um fenomeno interessante, eles detestam os pobres.
Pra que nosso país se torne realmente juridicamente sério , respeitado e respeitoso, há que se aprender que uma lei, é feita para todos indiscriminadamente, ricos e pobres, e maus, letrados ou iletrados, civis e militares, cidadão comum ou políticos, e esses seriam os primeiros a entenderem a isso fazer valer a LEI. Quando chegarmos nesse patamar, tenho a certeza de que o mundo será um lugar bem melhor para se viver e criar filhos.
E apelos como esses não serão necessários mais.
Utopia?
Não.
Esperança e confiança de que o BEM prevalecerá, não importa quanto tempo leve para isso.
O ser Humano desceu à terra para evoluir, e acima dos governos humanos falhos, míopes, e coxos, governa a Divina Lei do Amor Infinito.
Eunice Terra
30-04-1913
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