Para provar que para ser feliz, muitas vezes, só é preciso mudar o ponto
de vista, publico a história do meu marido:
Meu marido em 2010:
Pesquisador, emprego instável, sem carro, nem carta de motorista e
reclamava de tudo: desde notícias da televisão até de pessoas andando na rua.
Um ranzinza incorrigível, um ser amargurado que sempre enxergava o copo meio
vazio. Seu apelido no trabalho: garoto-enxaqueca. Reclamava que pessoas
preguiçosas tinham melhores oportunidades que ele, que ele era merecedor da
vaga de um concurso que tinha acabado de ser preenchida por um colega, se
sentia inferior por não ter um carro, de não ter um emprego com carteira
assinada, blá blá blá.
Estamos em 2015:
Meu marido continua sendo um pesquisador, continua com o seu emprego
instável, continua não tendo carro, nem carta de motorista (mas comprou uma
bicicleta). Só que ele é bem humorado e otimista. O que mudou de lá pra cá? Ele
aprendeu a enxergar o lado bom da vida, a enxergar o copo sempre meio cheio.
Ele percebeu que sendo pesquisador, tinha flexibilidade de horário, que é
uma mão na roda principalmente se tivermos filhos. Estou no oitavo mês de
gravidez e eu tive o privilégio de ter meu marido me acompanhando em TODOS os
meus pré-natais e ultrassons. Não tem carteira assinada, mas também não precisa
pagar INSS e assim, ele consegue escolher a melhor aplicação financeira para
garantir um retorno financeiro seguro no futuro. Não tem carro, mas quem
precisa de um carro quando se mora numa região privilegiada com várias opções
de transporte público? Aliás, não ter carro nos faz economizar, nos faz ter
possibilidades de fazer boas viagens todos os anos.
Outro dia ele falou: – A minha vida melhorou tanto depois que começamos a
ficar juntos.
E eu provoquei: – Mas o que mudou na sua vida? Pois você continua com o
mesmo emprego, com os mesmos problemas…
E ele respondeu: – O que mudou, foi a minha maneira de enxergar as
coisas. Me tornei uma pessoa mais leve.
E você? De que forma enxerga sua vida? Copo cheio ou copo vazio?
– Guta –
Nenhum comentário:
Postar um comentário