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Pacaembu, 26 de dezembro de 2007.
Mulatinha,
Espero que o Natal tenha transcorrido
na maior paz e harmonia para você e para
o seus entes queridos.
Aqui houve alegria pois antes dessa
data vários companheiros foram passar o natal
junto a seus familiares
usufruindo de um benefício concedido a quem tem bom comporta-
mento e já cumpriu
1/6 da pena (para primários, que é o meu caso) ou ¼ para reincidentes. Ficamos
contentes por sabermos que num futuro
próximo seremos nós a receber esse benefício.
Quem saí de “saidinha” (é como
chamamos essa fugaz liberdade) volta depois para o
semi-aberto, que , também, é
cadeia só que mais suave.
Os livros que nossa filha me mandou
tem-me feito muito bem.
São belas histórias, sensíveis e
tocantes, que me fazem parar de ler por várias vezes, com um
nó na garganta e
os olhos cheios de estrelas.
Gostaria muito de conhecer
(pessoalmente) o trabalho que você e nossa filha estão fazendo. Tenho certeza
que deve ser muito bonito, dado seu coração grande e generoso.
Graças a Deus
estou vendo o mundo e as ações e reações nele desencadeadas de uma forma,
sob
outra ótica, que eu tinha ideia, mas não com tantos detalhes e tão
elucidativa.,
Isso começou em meados do ano passado quando, por intermédio de
um companheiro
li um lindo romance da Zilda Gasparetto.
Foi fundamental, para
mim essa leitura, pois instigou-me a curiosidade, sou de família católica
fervorosa, como você bem sabe e a versão católica nunca me convenceu (isso você também sabe). Não consigo conceber um Deus todo feito de amor e compreensão ser
apresentado
pela Igreja Católica como um ser cheio de ameaças e vinganças.
Isso
cheira a dedo humano. Dá a impressão que em 2.000 anos algum “esperto” mexeu
nos
ensinamentos para proveito próprio ou de castas ou de grupos religiosos e
políticos.
Enfim, nunca me convenceu, pois meu Deus é um ser que não
castiga, não abandona,
nem amaldiçoa seus filhos e sim através de nosso
livre-arbítrio nos ensina o que é o
Bem e o que é o Mal.
A Doutrina Espírita
ficou mais de acordo dom meu coração e raciocínio.
Fiquei feliz ao saber que você e
o “Tambor” também bebiam da mesma taça embora
saibam mais do que eu sei.
Acho
isso ótimo pois tenho oportunidade de aprender e crescer.
Futuramente quero contar-lhe de sonhos
que eu tenho e que me encasquetam,
pois embora mude o cenário eu sei que
é a mesma coisa, o mesmo sonho, o mesmo sentido,
Mulher, sonho muito que estou
voando (volitando) e a sensação de
realidade é
impressionante.
É delicioso. O interessante é que depois,
contra toda lógica, eu me lembro de tudo.
Que Deus Nosso Senhor ilumine o seu
caminho e o de todos os seus entes queridos.
Deus a abençoe.
Deus nos abençoe a TODOS.
Pacaembu -26/12/07
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