08-09-09 –parte III
Agora
Mediunidade:
Amiga,
não entendi suas palavras quanto a fazer loucuras quando sair.
Que tipo de
loucura o rapaz (encarcerado) fez quando saiu?
Fez loucuras contra você, ou
contra os outros? Me *(1)
E
porque você acha que eu faria alguma
coisa contra quem quer que seja?
Você acha que todo o sofrimento que
passei (e que ainda passo) não me ensinou nada,
minha criança?
Eu fui (verbo
passado) briguento, rabugento,
mas tirar vida?
É muito drástico, não?
Se nunca fiz isso quando a
irresponsabilidade e a testosterona corriam à milhão “nas nas minhas veias
quando jovem porque eu o faria no brando calor do outono da minha vida?
Ninguém nunca se
perguntou isso Mulata.
Por eu ter sido meio maluquinho e brigão na minha
juventude,foi fácil todos me apontarem o dedo e acreditar nas palavras do dono
da arma, que queria livrar-se do seu
rival sem ter que responder por isso.
Precisava de um bode expiatório e achou a
besta quadrada aqui, bêbado.
Daí... Mas não quero falar nisso.
Calei-me até
agora, pois todos a quem eu disse isso riram-se om escárnio de mim.
Voltando ao
rapaz:
Que loucuras ele fez?
E quanto a usar os recursos mediúnicos (nossos conhecimentos) de forma leviana?
Como
assim?
Explique-me melhor.
Eu sei das
consequências de se usar os nossos potenciais (não só os mediúnicos) para o mal.
A gente colhe o que planta.
Isso é
uma verdade Universal, não é um simples aforismo.
Tenho consciência disso a
muito.
Me conta
mais e direito essa história de eu ser ‘Mago’, Mulatíssima.
Fiquei curioso.
Eu
não me lembro disso (rs).
Me conte mais.
Quanto ao
meu pai: eu o perdoei e também pedi perdão por tudo que lhe fiz.
Agora, com os
outros irmãos,é só com eles.
Meu pai não era uma má pessoa, Mulatinha.
Só era
muito sofrido e a vida o endureceu muito
e ele não soube lidar com esses revés e optou por isso pra se “defender”.
Tanto
que ele nunca nos agrediu fisicamente.
Só era frio sentimentalmente.
A”Índia” e o
“Manão” são o xérox dele.
E era grosseiro e estúpido também.
Isso não é ofensa,
é constatação.
Mas , por incrível que pareça, tinha um bom coração.
E era meio
sem-vergonha, safado. É a realidade.
Não sei o que ele fez em sua vida para
precisar tanto assim de perdão.
Mas ele era danadinho.
Não sou ninguém para
julgá-lo.
Já orei por ele.
Você diz, em sua carta, que neste meu despertar muita coisa
fluirá de forma quase
espantosa, fantástica.
Por favor, me explique melhor isso
, querida.
Que tipo de coisas?
Porque é que eu sinto a presença do
“Véeo-Veio” tão forte, às vezes, (quase sempre) se não sou médium? E a da minha
mãe?
Sabe às vezes
converso comigo mesmo(não sou “lelé”, todo mundo faz isso) e as respostas que
obtenho às minhas próprias perguntas, me assustam, às vezes.
São respostas
sérias, às vezes irônicas e outras até gozadoras.
Mas normalmente, me espantam, pois é comum
nós tentarmos nos enganar sobre nossas ações e atitudes, jogando a culpa de
nossos erros em algo ou alguém.
Mas, as respostas que obtenho não são assim.
Elas colocam o
dedo em minhas feridas e as revolvem.
Fico confuso, pois sei que meu
sub consciente me defende, procurando desculpas, mas a vozinha, lá no fundo,
fala o que é real (e eu sei que é real) e me desmonta.
Às vezes pergunta:
_Porque
todo esse sofrimento?
E a resposta:
_Você sabe porquê!
E a pergunta, novamente:
_Mas já não basta?
E a resposta:
_“Não é você quem decide isso, "Gê"!
Tenha calma, paciência, que tudo isso já está
no fim”.
Não é de assustar?
É diferente do que seu subconsciente fala.
É outro
alguém que me fala.
E eu SEI que não
estou louco.
Só um pouquinho...(rs).
Esse
“proseiro” todo dentro da minha cabeça vem desde a infância.
Será isso que chamam
de “Voz da consciência?”
Mulatinha,
por favor , querida, procure descobrir para mim, porque é que eu sonho sempre,
com frequência, com casebres pobres tipo cortiço e não favela) onde vejo
pessoas que não me vêem (só raras o conseguiram –ah! os cães percebem e latem)
.
Eu vejo essas pessoas em seus labores, eu levito e procuro
espiar para dentro das casas para ver quem as habita.
Cheguei até a entrar em
algumas e fui flagrado dentro dela mas,
quem me flagrou, não me viu.
Eu tento “voar” (levitar) mais alto, mas não consigo, não
passando da altura de sobrados e copas
de árvores.
É quase sempre noite (luzes das casas e postes acesas) e, sempre
num tom “sépia”, como fotos amareladas pelo tempo, sabe como?
Tem sempre muitas árvores (como
num bosque), crianças, cães (nas casas cães de guarda e nos campos e gramados
eles são alegres-guapecas- e brincalhões com as crianças).as todos eles me
vêem, os ferozes querendo me morder e os brincalhões me perseguindo como a uma
bicicleta que passa, só que, como estou levitando, eles latem olhando para
cima.
Eu consigo me
locomover (até com certa velocidade), mas em pé e não na horizontal cono u
super-homem (rs).
Passo por rios, vales, montes, colinas, prados verdejantes,
lugares ermos e árvores, verdadeiras florestas ( quase sempre á noite).
Certa vez cheguei a um lugar onde as pessoas trabalhavam
cortando bambus.
O bambual era tão alto e denso, que impedia, parcialmente, a
luz do sol, deixando o chão e o ambiente úmidos e quase sombrios.
Digo “quase”
porque os raios de luz que atravessavam a “muralha” de vegetação, irisavam e
coloriam certas partes desse lugar.
O estranho era o silêncio.
Ninguém falava e
não havia som de espécie alguma, embora eu visse os instrumentos (facões e
machadinhas) sendo manuseadas pelas pessoas.
Parece que alguém apertou a tecla
“mudo” na TV do meu sonho, sabe como?
Quando
sonho com os casebres, a disposição deles nunca é a mesma de um sonho para outro.
Nem suas fachadas, suas construções.
Mas eu sei que o lugar é
o mesmo.
Porquê?
Ás vezes sonho com sobrados de alvenaria, com garagens
abertas (sem paredes). Sobrados quase sempres fechados mas eu sei
Que estão habitados,
porque tem cães ou excrementos deles, o que denotam sua presença. Esses sonhos
fazem sentido?
Por favor, me escreva e diga o que você acha.
Em sua
última carta, voce parou, de repente, no meio da frase onde fazia comentário
sobre o sr.”A.” e minhas cartas.
Quero saber a conclusão. Diga-lhe que não se
preocupe, pois, embora eu não o conheça, eu o respeito muito.
E respeito à
você, a quem jamais, diria ou escreveria algo desabonador. Você sabe disso.
(2)*
Quanto ao assunto da A.I.D.S, do sexo oral (uh! “calô”) (rs),
não malicie, viu, xereta?
Querida amiga, fico por aqui, agradecendo mais uma vez a atenção e o
carinho com que você me trata.
Você é um amor. Obrigado.
P.S; _ Porque é que o lado esquerdo da minha face
(principalmente a orelha esquerda) arde e esquenta como se alguém falasse mal, sabe como?
Isso acontece quando penso em determinadas pessoas. É
energia de baixa frequência enviada por essas pessoas ?
Que tipo de sentimento?
Ciúme, ódio, angústia, desespero, tesão ou coisa assim?
Você pode me explicar?
Quero estudar energias, já lhe falei disso?
Seu, sempre, amigo,
08/09/09_”Bêjo”
.*(1)Trata-se de um caso de um jovem cujo contato se deu a partir de uma terceira pessoa
a qual fazia parte do grupo atendido
pelo meu grupo de plantão fraternal realizado semanalmente numa comunidade carente, e que me pediu desse
uma atenção a esse amigo, então cumprindo pena em presídio da região. A mesma
se encarregou de passar-lhe o meu endereço de correspondência (Casa Espírita
onde eu militava), e passamos a nos corresponder, sempre sobre duvidas quanto ao Espiritismo. O rapaz, havia recebido
um exemplar de O Evangelho Segundo o Espiritismo, leu-o e queria mais obras da
codificação. Pois bem; passei a lhe enviar os livros pedido, porém ele teve acesso a outros os
quais não sei o conteúdo, título, nem autoria. Só sei que este jovem, estava
muito perturbado,e tudo o que havia aprendido (ou recordado penso hoje), sobre
a comunicabilidade entre os dois mundos, na mente dele, tudo , tudo, estava
revertido para as sombras; me escrevia cartas nebulosas, e reagia até brutalmente a tudo quanto lhe
tentei corrigir, mostrando que a D.E. é a doutrina do amor, e da iluminação íntima.
Quando o mesmo ganhou a liberdade, ele que
era oriundo da minha cidade, buscou lugares que eu nem imaginava existir
aqui, onde tudo o que faziam era
completamente o oposto do que eu
aprendera , vivenciava e ensinava. Tempos depois, a mesma amiga, me trouxe
notícias dele, dizendo que o mesmo havia
enveredado pela magia negra, e se
perdendo cada vez mais; não ouvia nada nem a ninguém, que lhe tentasse ativar o bom senso; obcecado em se vingar de
tudo e de todos que segundo ele, havia lhe prejudicado na vida, imaginava poder conseguir sucesso usando os poderes da treva para isso.
Relatei resumidamente este
caso ao amigo, e acho que não fui claro o suficiente, daí seus questionamentos
nesta missiva.
*(2) Isso deve ter sido, por
que por alguma razão interrompi a
redação da carta, e quando retomei, havia perdido o “fio da
meada”, coisa comum quando temos várias coisas para resolver e tempo escasso.
Só pode ser esta a explicação.
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