quinta-feira, 21 de novembro de 2013

- (15°) Agora Mediunidade


                                    08-09-09 –parte III


                              

                 Agora Mediunidade:
                 

                Amiga, não entendi suas palavras quanto a fazer loucuras quando sair. 
Que tipo de loucura o rapaz (encarcerado) fez quando saiu?
 Fez loucuras contra você, ou contra os outros? Me *(1) 
E porque você acha que eu faria  alguma coisa contra quem quer que seja?
 Você acha que todo o sofrimento que passei (e que ainda passo) não me ensinou nada,  minha criança?
 Eu fui  (verbo passado)  briguento, rabugento, mas tirar vida?
 É muito drástico, não?
Se nunca fiz isso quando a irresponsabilidade e a testosterona corriam à milhão “nas nas minhas veias quando jovem porque eu o faria no brando calor do outono da minha vida?

    Ninguém nunca se perguntou isso Mulata.
 Por eu ter sido meio maluquinho e brigão na minha juventude,foi fácil todos me apontarem o dedo e acreditar nas palavras do dono da  arma, que queria livrar-se do seu rival sem ter que responder por isso. 
Precisava de um bode expiatório e achou a besta quadrada aqui, bêbado. 
Daí... Mas não quero falar nisso. 
Calei-me até agora, pois todos a quem eu disse isso riram-se om escárnio de mim.
     
Voltando ao rapaz: 
Que loucuras ele fez?
E quanto a usar os recursos mediúnicos (nossos conhecimentos) de forma leviana?
Como assim? 
Explique-me melhor.     
Eu sei das consequências de se usar os nossos potenciais (não só os mediúnicos)  para o mal. 
A gente colhe o que planta. 
Isso é uma verdade Universal, não é um simples aforismo.
Tenho consciência disso a muito.

      Me conta mais e direito essa história de eu ser ‘Mago’, Mulatíssima. 
Fiquei curioso. 
Eu não me lembro disso (rs). 
Me conte mais.
       Quanto ao meu pai: eu o perdoei e também pedi perdão por tudo que lhe fiz. 

Agora, com os outros irmãos,é só com eles. 
Meu pai não era uma má pessoa, Mulatinha.
Só era muito sofrido e a  vida o endureceu muito e ele não soube lidar com esses revés e optou por isso pra se “defender”. 
Tanto que ele nunca nos agrediu fisicamente. 
Só era frio sentimentalmente. 
A”Índia” e o “Manão” são o xérox dele. 
E era grosseiro e estúpido também. 
Isso não é ofensa, é constatação. 
Mas , por incrível que pareça, tinha um bom coração. 
E era meio sem-vergonha, safado. É a realidade.
Não sei o que ele fez em sua vida para precisar tanto assim de perdão. 
Mas ele era danadinho. 
Não sou ninguém para julgá-lo. 
Já orei por ele.
Você diz, em sua carta, que neste meu despertar muita coisa fluirá de forma quase 
espantosa, fantástica. 
Por favor, me explique melhor isso , querida.
Que tipo de coisas?
Porque é que eu sinto a presença do “Véeo-Veio” tão forte, às vezes, (quase sempre) se não sou médium? E a da minha mãe?

Sabe às  vezes converso comigo mesmo(não sou “lelé”, todo mundo faz isso) e as respostas que obtenho às minhas próprias perguntas, me assustam, às vezes. 
São respostas sérias, às vezes irônicas e outras até gozadoras.  
Mas normalmente, me espantam, pois é comum nós tentarmos nos enganar sobre nossas ações e atitudes, jogando a culpa de nossos erros em algo ou alguém.

Mas, as respostas que obtenho não são assim. 
Elas colocam o dedo  em minhas feridas e  as revolvem. 
Fico confuso, pois sei que meu sub consciente me defende, procurando desculpas, mas a vozinha, lá no fundo, fala o que é real (e eu sei que é real) e me desmonta. 
Às vezes pergunta: 
_Porque todo esse sofrimento?
E a  resposta: 
_Você sabe porquê!
E a pergunta, novamente: 
_Mas já não basta? 
E a resposta: 
_“Não é você quem decide isso, "Gê"! 
Tenha calma, paciência, que tudo isso já está no fim”. 
Não é de assustar?
É diferente do que seu subconsciente fala. 
É outro alguém que me fala. 
E eu SEI  que não estou louco. 
Só um pouquinho...(rs).
     Esse “proseiro” todo dentro da minha cabeça vem desde a infância.
Será isso  que chamam de “Voz da consciência?”

            Mulatinha, por favor , querida, procure descobrir para mim, porque é que eu sonho sempre, com frequência, com casebres pobres tipo cortiço e não favela) onde vejo pessoas que não me vêem (só raras o conseguiram –ah! os cães percebem e latem) .

Eu vejo essas pessoas em seus labores, eu levito e procuro espiar para dentro das casas para ver quem as habita. 
Cheguei até a entrar em algumas e fui flagrado dentro dela  mas, quem me flagrou, não me viu.

Eu tento “voar” (levitar) mais alto, mas não consigo, não passando da altura de  sobrados e copas de árvores. 
É quase sempre noite (luzes das casas e postes acesas) e, sempre num tom “sépia”, como fotos amareladas pelo tempo, sabe como?

Tem sempre muitas árvores (como num bosque), crianças, cães (nas casas cães de guarda e nos campos e gramados eles são alegres-guapecas- e brincalhões com as crianças).as todos eles me vêem, os ferozes querendo me morder e os brincalhões me perseguindo como a uma bicicleta que passa, só que, como estou levitando, eles latem olhando para cima.

         Eu consigo me locomover (até com certa velocidade), mas em pé e não na horizontal cono u super-homem (rs).

Passo por rios, vales, montes, colinas, prados verdejantes, lugares ermos e árvores, verdadeiras florestas ( quase sempre á noite).
Certa vez cheguei a um lugar onde as pessoas trabalhavam cortando bambus. 
O bambual era tão alto e denso, que impedia, parcialmente, a luz do sol, deixando o chão e o ambiente úmidos e quase sombrios.
Digo “quase” porque os raios de luz que atravessavam a “muralha” de vegetação, irisavam e coloriam certas partes desse lugar. 
O estranho era o silêncio. 
Ninguém falava e não havia som de espécie alguma, embora eu visse os instrumentos (facões e machadinhas) sendo manuseadas pelas pessoas. 
Parece que alguém apertou a tecla “mudo” na TV do meu sonho, sabe como?
             Quando sonho com os casebres, a disposição deles nunca é a mesma de um sonho  para outro. 
Nem suas fachadas, suas  construções. 
Mas eu sei que o lugar é o mesmo.
Porquê?

Ás vezes sonho com sobrados de alvenaria, com garagens abertas (sem paredes). Sobrados quase sempres fechados mas eu sei
 Que estão habitados, porque tem cães ou excrementos deles, o que denotam sua presença. Esses sonhos fazem sentido?

Por favor, me escreva e diga o que  você acha.
             Em sua última carta, voce parou, de repente, no meio da frase onde fazia comentário sobre o sr.”A.” e minhas cartas. 

Quero saber a conclusão. Diga-lhe que não se preocupe, pois, embora eu não o conheça, eu o respeito muito. 
E respeito à você, a quem jamais, diria ou escreveria algo desabonador. Você sabe disso. (2)*
Quanto ao assunto da A.I.D.S, do sexo oral (uh! “calô”) (rs), não malicie, viu, xereta?

      Querida amiga, fico por aqui, agradecendo mais uma vez a atenção e o carinho com que você me trata.

Você é um amor. Obrigado.

P.S; _ Porque é que o lado esquerdo da minha face (principalmente a orelha esquerda) arde e esquenta como se  alguém falasse mal, sabe como?

Isso acontece quando penso em determinadas pessoas. É energia de baixa frequência enviada por essas pessoas ?
Que tipo de sentimento?
Ciúme, ódio, angústia, desespero, tesão ou coisa assim?
Você pode me explicar?
Quero estudar energias, já lhe falei disso?

Seu, sempre, amigo,                                                       
                            
                                     08/09/09_”Bêjo”

.*(1)Trata-se de um caso de um jovem cujo  contato se deu a partir de uma terceira pessoa a  qual fazia parte do grupo atendido pelo meu grupo de plantão fraternal realizado semanalmente numa comunidade carente, e que me pediu desse uma atenção a esse amigo, então cumprindo pena em presídio da região. A mesma se encarregou de passar-lhe o meu endereço de correspondência (Casa Espírita onde eu militava), e passamos a nos corresponder, sempre sobre duvidas quanto ao Espiritismo. O rapaz, havia recebido um exemplar de O Evangelho Segundo o Espiritismo, leu-o e queria mais obras da codificação. Pois bem; passei a lhe enviar os livros  pedido, porém ele teve acesso a outros os quais não sei o conteúdo, título, nem autoria. Só sei que este jovem, estava muito perturbado,e tudo o que havia aprendido (ou recordado penso hoje), sobre a comunicabilidade entre os dois mundos, na mente dele, tudo , tudo, estava revertido para as sombras; me escrevia cartas nebulosas, e  reagia até brutalmente a tudo quanto lhe tentei corrigir, mostrando que a D.E. é a doutrina do amor, e da iluminação íntima. Quando o mesmo ganhou a liberdade, ele que  era oriundo da minha cidade, buscou lugares que eu nem imaginava existir aqui, onde tudo o que  faziam era completamente o oposto do que  eu aprendera , vivenciava e ensinava. Tempos depois, a mesma amiga, me trouxe notícias dele, dizendo que  o mesmo havia enveredado pela magia  negra,  e se perdendo cada vez mais; não ouvia nada nem  a ninguém, que lhe tentasse ativar o bom senso; obcecado em se vingar de tudo e de todos que segundo ele, havia lhe prejudicado na vida, imaginava poder conseguir sucesso usando os poderes da treva para isso.

Relatei resumidamente este caso ao amigo, e acho que não fui claro o suficiente, daí seus questionamentos nesta missiva.

*(2) Isso deve ter sido, por que por alguma razão interrompi  a redação da  carta, e  quando retomei, havia perdido o “fio da meada”, coisa comum quando temos várias coisas para resolver e tempo escasso. Só pode ser esta a explicação.










 (Porque a História de um homem, não pode terminar num túmulo frio e escuro)

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