quinta-feira, 14 de novembro de 2013

(10°) - Intuição

                                    




              05 de junho de 2009 



Querida amiga e irmã,
 Você realmente, é um ser humano maravilhoso, hem?
Eu a chamei” no pensamento hoje. 
Pouco antes de recolher do  “sol” da manhã. 
Estava eu conversando com um companheiro sobre o “silêncio” do filhote, dizendo-lhe que há 6 meses eu só recebo o silencio dela e que você me disse que ela não me escrevia porque as cartas endereçadas a mim eram “especiais” e que  ela tinha de estar “inspirada” para escrever, etc, etc. 
E, de repente, “bumba”! sua carta chegou e aliviou meu coração. Obrigado, “meu anjo da guarda” .(rs,rs,rs).

Realmente, há algo de “sobrenatural” entre a gente, hein, Mulata¿ Você é bem mais “sensitiva”do que eu. 
E olhe que eu tenho um sexto sentido que já me livrou da morte várias vezes, você sabe disso. 

Eu o chamo de “minha campainha; quando ela toca é porque algo de muito errado está para acontecer, pois junto vem uma aflição e um “tijolo” na “boca do estômago”. 
Quando é de bem, dá sensação de  enorme bem-estar e alegria, fico sorrindo à toa e de bem com o mundo. 

Foi o que aconteceu hoje, pois esse silêncio do meu amor estava me angustiando, me dando uma amargura, que  resultou até numa carta meio “pra baixo” que lhe enviei e que se não chegou, deve estar chegando agora às suas mãos.
Comentei tudo isso com o companheiro e a “campainha” tilintava feito uma louca, mas sem o “tijolo”no estômago. 
Ao contrário, todo mundo comentou. 
 _E aí Veio, tá alegre, hein? era a carta, o alívio, que ainda, não tinha chegado, mas  que eu “adivinhava”.

Temos, realmente, uma ligação muito forte e não é deste mundo. 
É espiritual mesmo.

Mulatinha. 
Algo de muito estranho está acontecendo comigo, que não comento com ninguém por receio de acharem que eu estou “chapando” de tanta cadeia. 
Ás vezes percebo “coisas”, antes que elas aconteçam. 
É estranho. 
Eu sempre tive essas “esquisitices” desde de criança, só que  
nunca prestei a devida atenção, nunca dei a devida importância. 
Eu “converso” comigo mesmo, só que um “eu” pergunta e outro “eu” reponde, só que usando os termos: “rapaz”, “meu filho”, “Veio” (Como o Nico me chamava, como a mãe falava, como ... será¿!¿ 
É muito estranho mas é só um “eu” que pergunta, e outros “eus” que não sou eu respondem entende?
 Quantos “eus” né?
Entendeu a confusão? 
Nem eu nunca entendi. 
Só que tudo isso é dentro da minha cabeça! 
E eu sei que não estou louco, é muito estranho, como se alguém que não fosse eu, me aconselhasse, me expliquei?

Me pego sorrindo como bobo, pensando na mãe e  no Nico, com muita clareza e um bem estar enorme, me acomete. 
A sensação de paz é deliciosa. 
Dias atrás, tive uma crise de choro tão grande ( 5 horas da manhã), que tive de tapar a boca para ninguém ouvir meus soluços, só que ouviram e todos começaram a pigarrear, tossir, para eu saber que estavam acordados, e todos permaneceram num respeito silencioso, pois todos sabem que essas coisas são comuns na cadeia, e chama-se “neurose de cadeia”, que  quando chega no máximo da resistência humana se reverte em briga ou choro.
 Quando é briga ninguém gosta, quando reverte em choro todos respeitam. 
Só que “pesa” a cadeia de todos. 
Quando eu vi tinha , no mínimo uns três, também, chorando discretamente. 
Cadeia é o lugar mais louco que eu já vi na vida. 
Mexe com o “psicológico”de qualquer um, deixa tenso, judia. 
Mas faz pensar, e ensina.
Só não aprende quem é burro.
                                                






                   (Porque a História de um homem, não pode terminar num túmulo frio e escuro)
                                                              

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