Generoso
Pacaembú, 04 de Novembro de 2008
Oi Mulatinha,
Como vai você Mulata?
Está melhor das complicações dentárias?
O “Tambor”
me contou que teve quase que arrastá-la para o dentista, é verdade?
Não pode ,
mulher, fazer essas birras como se fosse uma garotinha.
Isso é coisa séria e
não pode ser tratada com desdém.
Anexo a esta carta estou lhe mandando um
recorte com informações a respeito.
Você vai se arrepiar.
Muito do que esse
recorte (das ‘seleções’) contém eu
também não sabia.
Querida, não brinque com essas coisas que é assunto
sério.
Como eu disse ao “Tambor”: _Gengivite é melhor que soco na boca pra
derrubar
os dentes e deixar falando fofo.
Você não quer isso, que?
Você tem
dentes tão bonitos, não pode arriscar-se a perde-los por capricho, né?
(ou
“cagaço”?)
Dá medo ir ao
dentista mas é preciso ir*.
Você já teve filhos que dizem, é mais dolorido
que dor de dente, e foi estoica, porque agora o medo?
Uma mulher valente e
guerreira como você não pode ser refém de medos que são comuns aos pobres
mortais.
Você é melhor.
A “Tambor” me escreveu, certa vez, e me contou que no dia das mãe, lá no Centro
Espírita “Casa do Caminho” vocês receberam 2 visitas maravilhosas: a sua e a
minha mãe.
É isso mesmo,
menina?
Que lindo! Conta mais sobre isso, por favor!
Nunca mais aconteceu isso?
Me conta, Mulher. Please,
Outra coisa: Quando a “Tambor” tirou fotos do “Wa”,
apareceram bolas de luzes ao lado
de sua cabeça, e que depois de ampliadas,
mostraram rostos de pessoas em seu interior.
Vários fotos foram tiradas e a
mesma coisa acontece por todos os cantos da casa.
Me conta mais.
Ah!
Gostaria de pedir-lhe que me mande alguma coisa do “caderno”** que voce me
falou.
Voce ainda
tem os livros do Leminski¿
Mande-me
alguma poesia dele, por favor, a seu gosto, pois o que voce escolher para
mandar é válido pois todas as coisas que ele escreveu são boas , e também, dá
uma ideia de comoestá sua cabeça no presente momento.
Dei uma
dica de livro para “Tambor”.
Chama-se “Confissões de Frei Abóbora” de José Mauro
Vasoncelos, o mesmo autor de “Rosinha minha canoa”, “Meu pé de Laranja Lima “, “O
Palácio Japonês”, Barro Blanco”, etc. Provavelmente voce não vai achá-lo em
livraria, só em sebos.
O que eu tinha, a “Din” queimou numa pilha de livros que
ela achou “satânicos”,
num ataque de Torqueimada, da Inquisição Espanhola.
Fiquei louco da vida com ela, mas depois perdoei e esqueci.
Foi a muito tempo
atrás.
A
história é linda e sensível, leia,
voce irá gostar.
Escreva-me,
querida, é sempre bom receber notícias
de amigos, cá neste lugar.
Fique com Deus.
Seu amigo,
04/11/08_ ESCREVA-ME.
1_ Nunca tive medo de dentista, e toda essa situação,
deveu-se exclusivamente ao envolvimento com o trabalho esquecendo-me de cuidar
da saúde, ou deixando para depois, disso ou daquilo, até que fui obrigada a largar tudo e buscar socorro ortodôntico;
mas fiquei feliz com os cuidados dele com minha saúde bucal. Quem não ficaria¿
(Mulatinha 2013).
2_ “
O Caderno”, trata-se de um caderno comum que tínhamos quando vivemos em
Curitiba, onde anotávamos recadinhos de um para o outro. Era costume ele
transcrever alguma piadinha, que tinha ouvido e gostou, pequenos desenhos que
ele fazia, para que eu pudesse ler quando chegasse do trabalho. Também
colocávamos letras de músicas, poesias que escrevíamos, versos, pensamentos,
alguma gracinha da filhote para compartilhar um com o outro. Denominamos o
como “O Caderno”.
Contei-lhe
que ainda guardo esse caderno,( por quase trinta anos) como preciosa lembrança
desse tempo.
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